Crônica Imperfeita
Era noite de sexta-feira, mas já virou sábado. Decidi parar o tempo para escrever uma crônica imperfeita e fora de hora. Darei a ela este título parecido com meu livro de poemas preferidos. Na verdade combina comigo, imperfeita da cabeça aos pés. Ando tão imperfeita que ando iniciando leitura de livros para saber os que vão me esperar e os que vão embora sem dizer adeus. Devo confessar que ando escrevendo pouco e tento compensar lendo muito. Ambas tarefas devem servir como prova de vida. Afinal, a vida de ninguém é completa e de nada adianta ser mais alegre que triste. Toda alegria em excesso é fake e só as maldades da vida levam as pessoas para as tristezas infinitas. Considerem essa premissa como a última filosofia imperfeita da madrugada. As primeiras ainda não escrevi. Mas continuando, deveria existir uma calçada da fama para as pessoas que morrem tarde. As que morreram cedo são as que choramos por elas eternamente. Neste caso o verbo chorar quer dizer sentir saudades, sentir a falta e quase sentir vontade de morrer junto. Aproveito a pausa para reforçar que essa autora, essa que escreve essas linhas, se pudesse não morrer, morreria nunca. Deve ser culpa desses dedos que amam, que choram, que narram coisas bestas do cotidiano, que só prestam vestidas de amor. Que a vida ´se resume nisso: amar e viver as coisas e se interessar muito por elas. Ah! Como eu amo o Belchior. Vivo, morto, enterrado, imortal no quintal dos meus sonhos. Como eu amo os autores dos melhores livros, se vivos ou mortos, são detalhes para o depois do amanhã. Mas sempre que começo um bom livro, eu penso, que felicidade deve sentir uma escritora assim...
Feliz sábado para todos.
obs: fazia tempo eu não escrevia assim tão livremente.