FDC: UM EXEMPLO A SER SEGUIDO
Tomei conhecimento da existência da Congregação das Filhas do Amor Divino (FDC), por volta de 2012, ocasião em que iniciei meus estudos no Curso de Filosofia, na Faculdade Dom Heitor Sales – Fahs. Naquela faculdade de saudosa lembrança, uma boa parte dos professores era formada por religiosos. Eram padres ligados à Arquidiocese de Natal e freiras pertencentes à Congregação das Filhas do Amor Divino, cuja sede está localizada em Emaús. Os anos de estudo da Filosofia e a convivência entre os religiosos contribuíram para modificar à minha maneira de encarar a vida. Esta mudança tornou-se ainda mais profunda à medida em que passei a observar e conviver com as FDC, conhecendo mais de perto sua rotina, o que foi possível graças à minha amizade com uma das professoras de Filosofia: Irmã Aurélia Sotero Angelo.
Foi ela quem me possibilitou conhecer, em parte, o estilo de vida das freiras: Sua rotina, seu trabalho, seu desapego às coisas materiais, seu amor ao próximo, enfim como elas vivem em suas comunidades. As freiras, portanto, são organizadas, trabalhadoras e extremamente responsáveis em tudo aquilo que se propõem a fazer. As Filhas do Amor Divino que vivem na Província do Sul, se dedicam ao trabalho na área da saúde, exercendo atividades dentro de hospitais e ainda trabalhando a Missão nas Paróquias, de forma direta.
Rio Grande do Norte, elas se destacam na área da Educação, seguindo o exemplo deixado pela Madre Francisca Lechner, fundadora da Instituição Religiosa. Este trabalho desenvolvido por elas em relação à Educação, tem servido como tema para Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado para pessoas que estudaram nas Escolas Proneves espalhadas pelo mundo afora. Tal fato, ao contrário do que se possa imaginar, não as enche de orgulho, soberba ou arrogância. Pelo contrário: aumenta sua responsabilidade e o desejo de cada vez mais aprimorar o seu fazer pedagógico, oferecendo um serviço de excelência neste campo.
Diferentemente daquilo que muita gente pensa, as freiras não vivem apenas de jejum e oração. Elas trabalham duro, uma vez que o trabalho também é uma forma de oração. E o fruto do seu trabalho é divido entre todas elas, que cultivam a partilha. É bonito ver, que elas não têm nada – porque fizeram voto de pobreza – mas nada lhes falta, de modo que vivem plenas de tudo. Afinal, “a quem tem Deus nada falta. Só Deus basta!”, conforme ensina a oração deixada por Santa Tereza D`Ávila.
Também é surpreendente ver como as freiras são felizes! Jamais, em tempo algum, se vê uma Irmã triste, taciturna, macambúzia ou sorumbática. Elas estão sempre sorridentes, otimistas, esfuziantes, de modo que sua vivacidade enche de alegria qualquer ambiente. A alegria que as freiras exalam é encantante. É muito bom estar entre elas!
Isto significa dizer que as freiras são perfeitas e levam uma vida sem problemas? É claro que não! Elas são seres humanos dotadas de virtudes e defeitos, como qualquer ser humano normal. Mas para elas, tudo ocorre de acordo com o tempo e a vontade de Deus. Portanto, todos os problemas são deixados nas mãos do Criador. Ele proverá todas as coisas. O exemplo que elas nos passam nestes momentos é o seguinte: Paciência e oração. Deixemos tudo na responsabilidade de Deus e a resposta virá. E ela vem mesmo. Basta saber esperar ativamente, mas sem perder a calma.
Para mim, tem sido muito agradável este convívio com as FDC, porque com elas, observando seu estilo de vida, estou aprendendo a valorizar e agradecer mais as coisas simples que a vida me proporciona: o fato de acordar todos os dias e ver o Sol brilhando lá fora, poder sentir os cuidados de Deus quando me livra dos perigos do trânsito, ter uma casa para voltar depois de um dia de trabalho e ter uma cama quentinha para descansar. São coisas tão pequenas, mas eu jamais havia me dado conta de como sou afortunada. A vida das FDC me ajudou a perceber como tenho coisas para agradecer todos os dias.
Portanto, penso que o estilo de vida das Filhas do Amor Divino deveria ser apreciado por mais pessoas, para que este modelo seja seguido. Talvez assim, a gente consiga transformar o mundo em um lugar melhor, mais humano e mais fraterno para as futuras gerações.