MINHA VIDA É UM LIVRO ABERTO
Francisco de Paula Melo Aguiar
É comum se ouvir a frase: "minha vida é um livro aberto", segundo o imaginário popular.
E quando chega o período de campanha eleitoral, aí a coisa pega, porque assim como tem candidatos "santos", também tem "satanás" demais, querendo comprar empregos públicos, via mandatos eletivos, onde uns tem "bufunfa" para gastar e passar troco e outros nada tem, estão desempregados e querem via o voto popular tomar os empregos do povo durante quatro ou mais anos e ou a vida toda.
Aí tem início dois processos. O primeiro é vender a imagem de ficha limpa para manipular o eleitorado a votar neles e o segundo é fazer a desconstrução da imagem do outro, do concorrente, a qualquer preço e "moeda" do dia, as vezes até mandando assassinar via consórcio de interesse do grupo.
O eleitorado assim envolvido, procura comprar gratuitamente o argumento mais "tóxico" para desqualificar "Fulano" contra "Beltrano", a lavagem de roupas sujas está no ar.
E agora com a inteligência artificial a serviço do bem e do mau, a coisa fica difícil se saber o que são fakes ou verdades.
O período eleitoral dos sem nada a procura de "empregar-se" a partir de primeiro de janeiro do próximo ano e outros querendo continuar na "mamata" do mandato popular, que é a principal e única fonte de renda dos "politicos" ou candidatos a "políticos" que não desempregados.
E isto é fato, basta ler, por exemplo, as notícias de corrupção praticada pela maioria dos ocupantes atuais e anteriores de mandatos populares, às mídias estão gratuitamente no ar, como fatos reais ou como fakes, sucessores dos boletins apócrifos do passado recente da politicagem nacional.
E é assim a política partidária na prática, transformada em negócios como outros quaisquer.
Em lendo o livro: "Poder, Alegria dos Homens", de autoria de Marcus Odilon, ex-prefeito de Juarez Távora e Santa Rita e ex-deputado estadual da Paraiba, o leitor conhecerá naquela dissertação da sociologia politica, o comportamento dos políticos ali mencionados, isto mesmo, porque da leitura do livro citado e escrito na década de 60 do século passado para a atualidade, as práticas de como usar mandatos populares em benefício próprio, nada mudou, ao contrário, se aperfeiçoaram para pior. Até a palavra corrupção ativa ou passiva não existem naquele depoimento, a exemplo da realidade de nossos dias.
Não sabemos porque o IBGE deixa de catalogar a política como profissão, uma vez que não precisa de formação acadêmica e temos profissionais políticos em todas as ideologias, demais até, portanto, os políticos são verdadeiros livros abertos de "honestidades" e de "desonestidades" em quaisquer lugar do mundo, com raríssimas exceções.
E onde fica a política como a ciência do bem comum?
Fica no discurso "para inglês ver".
E tudo isso é complementado com o pensamento critico de que: "Um livro lido por mil pessoas diferentes são mil livros diferentes. O leitor de imaginação vívida pode ir além do relato mais lacônico, muito mais além e mais visualmente do que o próprio escritor previu (na verdade, os escritores, muitas vezes, esperam que o leitor reflita para lá do texto). Por outro lado, um leitor contido, inibido por restrições e tabus morais, verá a descrição mais precisa e cruel apenas através do filtro moral e estético que se formou dentro de si. Porém, ocorre uma espécie de alteração dentro da consciência, num processo inerente à relação entre escritor e leitor; é como um cavalo de Tróia, a partir de cujo ventre o escritor entra na alma do leitor, tendo como função específica inspirar o leitor a participar na autoria da obra", segundo Andrei Tarkovsky (4 de Abril de 1932 – 29 de Dezembro de 1986), cineasta soviético, in “Sculpting in Time”, University of Texas Press, 1987, p. 177-178.
O Brasil tem quase 220 (duzentos e vinte) milhões de habitantes, portanto, 220 (duzentos e vinte) milhões de "minha vida é um livro aberto", por analogia que cada pessoa é um livro.
E assim sendo, ainda que analogia, os velhos e novos problemas ou livros das vidas alheias dos candidatos "puros" e "purificados", serão canonizados ou declarados bruxos nas eleições que se aproximam pelo eleitorado "santo" e "pecador", manipulado ou não por favores diversos e que se engasga com o mosquito da dengue, o nome mais lembrado nas pesquisas cientificas e não eleitorais que antecipam os resultados já conhecidos da população contaminada que continuará assim como antes a procura de um "salvador" de seus problemas que estarão nas agendas dos candidatos até o dia da eleição, depois te vira...