Quando estou triste
Quando estou triste tudo começa com silêncio.
Meu semblante cai, minha vontade de interagir acaba.
Me sinto me arrastando pelos cantos.
Quando estou assim, estou em alerta, pois a qualquer momento posso chorar. E quando choro bastam 3 lágrimas pro meu rosto inchar e ficar vermelho, como se eu tivesse chorado uma noite inteira.
Se eu estiver em público então, é um perigo. Eu choro e não consigo parar, parece um velório.
Não gosto de ficar triste. Mas a tristeza é inevitável na vida.
Há muitas coisas e situações que eu não gostaria de passar. E é tão....tão triste.
Queria ter alguém pra resolver coisas das quais não quero nem me sinto preparada para resolver.
Desde que fiquei doente, eu sinto um bloqueio mental pra algumas situações.
Algo que me trava e tenho muita, mas muita dificuldade de solucionar.
Algumas vezes eu choro, quando me sinto incapaz, quando me sinto sem saída, quando me sinto enganada, ou feita de boba.
Queria muito não ter que resolver certas coisas, queria muito ter alguém que o fizesse por mim.
Queria muito não ter que dar explicação pelo que passo ou tenho resolver aos outros. Mas eles perguntam.... e eu não quero explicar.
Quando preciso explicar coisas que me deixam triste é tão cansativo. É tão pesado. Eu só queria ignorar e fingir que não tá acontecendo, e fingir que não preciso resolver aquilo, só largar pra lá. E quando posso eu largo mesmo.
Mas as pessoas perguntam. E nem sempre é por mal, elas têm boa vontade em ajudar, mas elas não podem. Não podem largar a vida delas e assumir minhas questões.
Só alguém na minha vida poderia fazer isso. Mas não há ninguém.
E aí eu lembro do quanto é ruim estar só.
Se a gente cai não tem ninguém pra ajudar a levantar. É sacudir a poeira e tentar sozinho.
Hoje quero chorar, e já chorei. Minha cara inchou e não quero dar satisfação do porquê está assim.
Chorar não ajuda mesmo, só ganho mais rugas com isso.
Mas é um defeito de fábrica, se eu pudesse me reprogramar, me reprogramaria para não ser uma pessoa chorona.
Mas por hoje eu choro.
E lembro que tudo passa...