ASSIM SÃO MEUS DIAS
Escrevo com o suor da minha mente cujo fervor dilata-me o universo da imaginação e se espalha como gigantescas ondas oceanos afora, logo entoa o som mavioso das letras se entrosando num abraço interminável para formar ladrilhos beletristas que se infiltram nos olhos dos dois ou três leitores atentos aos meus devaneios literários.
É o instante preciso em que tudo conspira em prol do melhor conteúdo, sendo esta minha busca, por isso rabisco, apago, deleto, recrio, refaço e contextualizo anelando expressar algo capaz de encantar ou chocar, de fazer sorrisos ou semear lágrimas, mas sempre visando aquela explosão emotiva que não fica impune à surpresa. Porém o melhor desesperadamente procurado jamais é encontrado, porque em pouco aqui brota um óbice, ali o caminho se bifurca, acolá não logro superar as barreiras do imponderável. Daí a inércia me arrebata. Frustrados então parecem os bons desejos, fogem as ótimas conjecturas, por fim o resultado é sempre tênue, pobre, insípido, menor. Conquanto isso, a Fênix do meu âmago insiste, vou pelo caminho do sonho mais uma vez e recomeço.
Todavia aprendo com meus próprios erros e caminho devagar sobre os enganos de minha alma. Sigo, a esquina é logo ali, talvez se dobra-la eu abra a Caixa de Pandora e todos os prismas da excelência se me deparem. Caso não, continuo tentando, os vocábulos perduram à disposição dos meus dias, a criatividade nasce diariamente no coração, um mundo de tudo me é apresentado e pede para ser descrito, narrado, contado e refletido.
Vou em frente, as pernas do intelecto nunca cansam, as mãos que digitam frases estão rotundas de energia e disposição. Se jamais agrado a muitos ou a ninguém, pelo menos divirto meus olhos e ganho sabedoria ao ser desprezado. Um único sorriso, um mero aceno de leitura ou apenas a palavra amiga sussurrada torna-se amplitude de incentivo e municia meu astral. E basta!