O injusto título do primeiro de abril
Logo pela manhã estava matutando enquanto a água para o café fervia: Hoje é dia primeiro de Abril, também conhecido como “Dia da Mentira”. Uma baita injustiça na minha opinião. Respeito os fatos históricos que deram ao dia de hoje tal alcunha, mas insisto: Dia da mentira nos tempos modernos é o dia Primeiro de Janeiro, quando ainda grogue de sono, ressaca ou de ambas as coisas, a gente se olha no espelho e promete mundos e fundos: Disciplina na dieta, na vida, nos estudos. O “melhor ano de todos” está só começando. O ano em que você pretende ser “sua melhor versão”. Esse é o dia da mentira.
O tempo passa, chegamos em Abril e as quinze páginas que pretendemos ler diariamente já se transformaram em um livro empoeirado ao lado da cama, algumas refeições balanceadas se tornaram um lanche rápido, a meditação se transformou em “cinco minutos a mais de sono” e você se pergunta se por acaso ficar em pé no ônibus lutando pra não cair pode ser considerado uma hora de exercício diário. Se passaram três meses do ano e a gente percebe que não conseguiu um dia sequer ser a tal “melhor versão de si mesma(o/e)”, com muito esforço somos uma “versão mediana”. E tá tudo bem. Quando nos damos conta de tudo isso, o primeiro de Abril se torna um “dia da verdade”.
A perfeição é apenas uma mentira de coaches e redes sociais. Nosso dia, entre sono, trabalho e trânsito, tem poucas horas livres, portanto, em vez de buscar o impossível, use seu tempo com sabedoria priorizando a sua saúde e a saúde do planeta. O resto a gente vai correndo atrás com calma