OS ASSASSINOS CONTINUAM AGINDO, LIVRES

(Texto longo, para reflexão em uma Sexta Feira Santa)

Na quarta-feira , 27 de março de 2024, lendo velhas notícias me foi dado lembrar que, em uma cidade pequena do Interior do Rio Grande do Sul- Panambi- para ser mais preciso, um jovem de 15 anos, foi morto a tiros de revolver por outro menino de 14 anos, morador do mesmo bairro e que estuda no mesmo colégio, sendo, portanto autor e vítima, colegas.

As causas do assassinato, segundo informações da polícia, deveram-se a desavenças fora do ambiente escolar.

Na mesma de informação ficamos sabendo que em Campo Novo um jovem de 23 anos, a golpes de faca, matou a namorada, em um quarto da casa da mesma tendo, depois, ateado fogo ao corpo.

Na sequência, agrediu a ex-sogra que, mesmo ferida, conseguiu escapar.

Para fugir, utilizou-se do carro das vítimas o qual, ao ser encontrado pela polícia, restava incendiado.

O crime foi motivado pelo fato de a moça ter rompido o namoro o que não foi aceito pelo assassino.

Que tempos! Que momentos singulares vivemos no Brasil e no mundo!

É claro que os acontecimentos do mundo nos dizem respeito, porque no mundo estão sendo privados da vida Seres Humanos como nós, por meio de atentados a escolas, a creches, por discussões de trânsito, e meio a guerras incoerentes que assolam alguns países da Geografia Terrestre.

Mas nos preocupando com as ocorrências do mundo não podemos de deixar de nos preocupar com o que acontece nas nossas cidades, nossos estados e no nosso país.

Parece-me que importamos as inconsequências, as práticas delituosas de vários países e, aqui nós as potencializamos repaginando-as com uma grande dose de crueldade, frieza e maldade difíceis de adjetivar.

Só no ano de 2023 foram inúmeras ocorrências em que morreram, covarde e inexplicavelmente, professoras, alunos e crianças com menos de 05 anos que se encontravam em creches.

Esta peça trágica da vida nacional, qual um filme de terror do Zé do Caixão, tomou foros de calamidade quando constatamos que em 2021 houve 41.200 assassinatos e em 2022, 47.508 em 2023, 39.422 com um pequeno decréscimo com relação aos anos anteriores. Os assassinatos nos anos referidos aconteceram mediante violência utilizando-se armas de fogo, armas brancas ou outras formas de produzir morte para crianças, jovens, adultos e velhos de ambos os sexos.

Se voltarmos um pouco no tempo, veremos que em 2020 foram 41.069 e em 2019, 43.829 assassinatos o que nos remete para o fantástico número de 213.028 assassinatos de brasileiros em 5 anos.

No ano de 2024, os dados ainda estão sendo coletados mas, só no mês de janeiro já houve a quantia expressiva 359 mortes, a exemplo dos anos anteriores pela utilização de meios violentos....

A exceção de 2024, os dados referentes aos anos anteriores, são números oficiais do Programa Monitor da Violência e trazidos ao conhecimento através da imprensa, para todo o país.

Os óbitos por homicídios e por acidentes de trânsito são os principais elementos que compõem o quadro das mortes violentas.

Os óbitos por acidentes de trânsito são decorrentes da falta cuidado, do alcoolismo e da alta velocidade em que andam os veículos nas vias de nossas cidades.

Os óbitos por mortes violentas, são decorrentes de resistência a assaltos e roubos, execução de rivais nas hordas do crime, brigas de rua, brigas entre vizinhos e desentendimentos familiares etc.

Estes números no colocam no rol dos 20 países mais violentos do mundo o que representa uma estatista cruel e vergonhosa para todos os brasileiros, que podem ser classificados e se consideram como homens e mulheres de bem que preservam a paz e as vidas.

Fiz estas considerações porque acho que nós, como cidadãos amantes da paz, da qual, decorre da preservação da vida, devemos fazer um movimento nacional em busca da boa convivência, da harmonia e da defesa da vida de nossos amigos, nossos vizinhos, nossos parentes e de nós próprios.

Não sei como faríamos isto e tenho consciência que o meu texto vai atingir e produzir reflexões, preocupações e cuidados em alguns amigos e amigas que o lerem e, portanto, pelo seu reduzido alcance, não produzirá resultados capazes de modificar, minimante, a situação.

Todavia me encorajo a escrevê-lo e a publicá-lo por uma questão de respeito aos valores de ordem superior da vida de todos os Seres Humanos.

Finalizando entendo que é preciso que a Sociedade chame para si a missão de pacificar os homens e as mulheres de nossas cidades, de nossos estados e no País.

Se somos pequenos e muito poucos os que pensamos assim, comecemos pacificando a nossa familia, os nossos vizinhos e os nossos amigos e pedindo que, cada um deles, transmita a mensagem pacificadora para o maior número de pessoas que puderem.

Diante da magnitude do problema, temos a consciência de que é uma proposta sonhadora, mas não impossível.

Impossível é ficarmos esperando que autoridades públicas- dos municípios, dos estados ou da união- façam algo que por desleixo, por falta de políticas de segurança pública, por falta de interesse ou por conivência e descaso, não o fizeram há Séculos e que, com certeza, não o farão agora.

( Recanto da Ana e do Erner, 29.03.2024- Capão Novo)

ERNER MACHADO
Enviado por ERNER MACHADO em 29/03/2024
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