O ÚLTIMO ABRAÇO

Tanto simbolismo neste gesto.

Atualmente, estou com 85 anos de idade

e o meu irmão com 92.

Moramos em Estados diferentes e só temos possibilidade de nos encontrarmos

uma vez por ano.

Nos encontros muita emoção. Nas

despedidas o fantasma do último abraço.

Mas o último abraço não se restringe a

uma relação familiar. Vai muito além. A

falta de perspectiva da vida está cada

vez mais se agigantando com as pestes,

guerras e misérias nunca vistas.

Somos de um tempo em que Hollywood era uma fábrica de sonhos com filmes

em que participavam Fred Astaire e Ginger

Rogers, Gene Kelly e Leslie Carol em

Sinfonia de Paris, que eram notaveis

bailarinos sapateadores

Cantores como Frank Sinatra, Nat King

Cole e muitos outros grandes artistas.

No Brasil, a Bossa Nova inovou o cenário

musical dando um charme internacional

a música brasileira com João Gilberto e

sua batida no violão acrescentada com

uma moderna harmonia.

Juntaram-se a esse movimento nomes

como Tom Jobim, Vinicius de Moraes,

Carlos Lyra, Elis Regina e outros que nos legaram valioso patrimônio cultural .

O teatro de vanguarda, o Cinema Novo e

a construção de Brasília com a extraordinária visão arquitetônica de Oscar

Niemayer.

Só nos resta agora antes do último abraço

nos refugiarmos nesse brilhante passado

quando ainda podíamos sonhar

Gilberto Stone
Enviado por Gilberto Stone em 27/03/2024
Reeditado em 02/06/2024
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