INVISÍVEL DIANTE DOS OLHOS
Certo rei voltou a habitar uma de suas antigas moradas. Guloso que é, chegou lambendo os lábios da nobreza e delícias que lhe são oferecidas em mesas fartas da gratuidade. Grátis, pois ali, tudo é de madeira e couro nobre. Os alimentos oferecidos, para aqueles de paladar refinado. Não importa se o povo que paga a conta.
O Rei com nova Rainha, adentrou o palácio deslumbrado com a pompa do local, demorou pouco e logo estava decepcionado com a limpeza do salão e da suíte, seu desejo maior de consumo pessoal. Mas, cômodos limpos não só da poeira, também dos móveis. Desconfiado que era, o rei levou a rainha até o compartimento onde sabia que estavam guardados os queijos, durante anos. E melhor, era sabedor que os antigos moradores não gostavam de queijos. Outra decepção!
A rainha sentida com o estado de tristeza que tomou o semblante do Rei, e este, fazia questão de demonstrar sua indignação com o sumiço de objetos do palácio, com julgamentos e palavrões contra os antigos inquilinos. A Rainha convocou autoridades e a imprensa local para denunciar o fato ocorrido.
O Rei mais experiente e ágil nestes casos pediu a seus assessores que comprassem outros mesmos objetos e queijos mais caros que encontrassem na região. Para orgulho do Rei e Rainha, queijos de altíssima qualidade foram adquiridos.
Meses depois, todos os objetos sumidos, reapareceram. Não se sabe até hoje se foi encantamento temporal, se arrependimento dos ratos.
Sem explicação! Sustentava prazerosamente, o Rei e a Rainha.
Fato é, que ninguém nada sabe de real do acontecimento, com a exceção, dos ratos. Certo que línguas ferinas existem e dizem: será que aquelas ratos presos em ratoeiras tão seguras, fugiram e se esconderam ali no palácio? Nenhum outro lugar tem a aura da invisibilidade. Mas. vai que na esquisitice do ocorrido, os queijos delatem!