Como antes...

 "Eu gostava mais de você como era antes..."

Tempos atrás alguém me disse essa frase. Aliás, não ouvi apenas de uma pessoa, mas de outras também... e fiquei reflexiva... qual seria o " atrativo" que me unia às  mesmas?...

É certo que no decorrer da vida, vamos mudando (alguns), por vezes, através da tal maturidade, ou processo evolutivo, propriamente dito, fato. Afinal, a vida é cíclica e não linear, tudo muda o tempo inteiro, e portanto nós também. Acontece, que alguns aderem a " síndrome de Peter Pan ", vivem na "Terra do nunca"; não se permitem amadurecer; seja por medo de encarar as responsabilidades que isso implica, seja porque se auto sabotam, seja porque o medo os paralisa... lidar com algo novo, talvez evoque essa sensação. Então  pensei: realmente, minhas mudanças podem soar como uma afronta à determinadas pessoas, que viam em mim uma oportunidade de ter suas conveniências atendidas. Hoje não... coloquei-me como prioridade; só permanece em minha vida amizades desinteressadas, espontâneas, onde o vínculo de amor, respeito e cuidado, são como pontes que permitem travessias. Não há um jogo de interesse e nem conflito de ideias (é preciso ouvir, ainda que as opiniões possam se divergir), não há espaço para planos mesquinhos a fim de obter vantagem de algo. Tudo é recíproco e ocorre de forma natural, sem ter de cobrar nada. A mesma regra estabeleci para outras relações. Quem nos quer bem e deseja fazer parte de nossas vidas, não apela para outras coisas, não usa ninguém  como meio para alcançar os fins... e agir assim, além de desonesto, coloca um fim na relação, quando o que foi usado chega a ter essa percepção. Os que agem honestamente e de forma desinteressada, apenas para manter um bom vínculo e convívio com os demais, aceitam o outro como ele é, e não como desejariam que fosse, tampouco como alguém que deva satisfazer suas expectativas. Olhando por essa perspectiva concluo que sim_ talvez, ao agir assim, deixando minhas condições às claras, tenha afastado muitas pessoas mesmo, e agora, não tenho "serventia " para estes "sanguessugas ", e não deixo lacunas para adentrarem minha vida. Entretanto, se fosse antes, talvez eu me importasse e ficasse abatida. Hoje encaro isso de forma natural e racional, pode até ser um livramento o afastamento de alguém; só irá permanecer o que estiver alinhado à minha essência, sintonia ou não.

Acho até bom!... não preciso forçar a barra, tampouco ficar "fazendo média ", "barganhando " ou me submetendo à coisas que não me agradam, só para manter laços, ou melhor, nós. Porque laço de verdade, pode até afrouxar ou desfazer diante de alguma circunstância, mas se ainda houver elos, logo se enlaçam novamente. Então, ao invés de ficar chateada, fico agradecida quando ouço essa frase de início. Se alguém gostava de mim como eu era antes e não se alegra com a minha atual versão e evolução, não merece estar mais ao meu lado, digo isso sem pretensão alguma. Uma que eu não irei agradar como antes... outra: não irei agradar-me, uma vez que para estar perto, terei que anular-me ou  adaptar-me a um "molde" que não me cabe mais. Solução: "um pra lá e outro pra cá."  Não significa que sairemos fazendo coleção de desafetos, mas que não nos afetaremos com aqueles que não agem de forma honesta com a gente. E tá tudo bem. Cada um segue dentro do seu processo evolutivo. Não temos que ser inimigos.

Por:©️Giselle Vitorino 

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Fênix Arte
Enviado por Fênix Arte em 24/03/2024
Reeditado em 08/07/2024
Código do texto: T8026841
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