Paciência ou alienação?

Já havia prometido a mim mesmo que não ia mais tocar, escrever, falar ou insinuar qualquer coisa – inclusive gracinhas – sobre lava-jato, corrupção, política, lula, dilma, aécio, bolsonaro, temer, pt, pmdb, psdb, pl (e todos os 30 e não sei quantos partidos), justiça (lenta, obsoleta, partidária, corrupta), rio de janeiro (pezão, cabral, paes, crivella, garotinho, rosinha, witzel, etc.) e outras mazelas mais ou menos votadas.

Resumindo, o que eu queria (e deveria) fazer era dar um pulo no futuro (se é que ele existe), pegar uma nave interestelar até uma galáxia qualquer, hibernar uns 150 anos, dar um rolê por lá e voltar para nosso planetinha, dormindo de novo por mais 150 anos. Aí sim, se o Brasil ainda existisse, talvez (eu disse talvez), valesse a pena continuar morando nesta terra de clima quente, rica em recursos naturais, com uma flora e fauna únicas e um povinho sem nenhuma noção, cabral (o português) baixou por essas bandas.

O que eu quero dizer é que tempos piores ainda podem vir se todo mundo resolver deixar pra lá e apenas sobreviver (o que, aliás, é uma coisa muito complicada no Rio). Não entendo como a população gasta tanta energia com somenos e é incapaz de demonstrar (pelo menos) alguma indignação pública com tudo e todos que aí estão enrolados até a alma, alguns presos, é verdade, mas contando com a próxima eleição para retornarem triunfais com seus esquemas, roubos, canalhices e a pouca (ou nenhuma) vergonha de sempre.

Sei lá. Na França, em 1789, por causa de um brioche, cortaram (literalmente) um monte de cabeças coroadas. Na Rússia, em 1917, mais outro tanto. Por aqui, nem um pio. Pois é, fico aqui pensando, será que paciência tem mesmo limite?

(2017)

Carlos Emerson Junior
Enviado por Carlos Emerson Junior em 24/03/2024
Código do texto: T8026814
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