Velha Casa
CoNFESSO que fico tenso quando ligo o rádio, a tevê e quando dou uma olhada nas redes. É uma especie de suplício: quase só há notícias sobre tragédias, ameaças e promessa de futuro sombrio. É como se a Terra estivesse mesmo em transe. No precipício.
Por isso, não raro, desligo-me dos noticiários e fico no meu cantinho conversando com meus botões e sempre relembrando os tempos da infância e adolescência na casa dos meus pais, em Arcoverde, Porta do Sertão Pernambucano. Era uma casa velha com um grande muro (quintal), esse muro era o nosso paraíso, nosso Maracanã, selva, onde brincávamos de caubóis e índios (sempre fui índio). Sei que naquela época já havia violência e perigos. Mas havia mais humanidade e sonhos. A tensão não era instantânea. Ah se o tempo voltasse, mas não volta. A velha casa e o muro não existem mais. A velha casa virou sentimento que continua vivo e bulindo na minha mente e coração. William Porto. Inté.