Pequenez

Todos querem ser grandes, deixar seu legado nos anais da história, ser lembrado por seus feitos, ser notado e idolatrado por algo que nem sabe se há glória.

Na verdade não deviam querer é ser pequenos, pequenos de moral, de espírito, de honra e hombridade, não querer se perder de si tentando sobreviver de migalhas dadas por quem nem se conhece de verdade.

Viver de migalhas, digo em todos os sentidos, financeiro, sentimental, profissional, fraternal, espiritual, ganhar o pouco ou quase nada e se contentar com isso, não sair do ciclo que se colocou por se sentir incapaz de seguir por si, por que na bem da verdade é mais fácil assim.

Ser pequeno é imaginar o que faria se fosse grande e não mover um dedo para chegar até lá, é aguentar humilhação e desumanização por anos a fio e se contentar por que “a vida é assim” não há como mudar, é se vender, seja em que nível for, por medo do que a vida pode oferecer se o certo fizesse e dele não se desfizesse, é olhar o que o outro tem com desdém ou cobiça, menosprezando suas conquistas para minimizar seu próprio fracasso, é bajular quem pode ofertar algo sem grandes esforços de sua parte, é achar que pelo fato de alguém estar disponível, deve também estar a sua disposição, é ter como obrigação uma doação, seja de tempo, empatia ou dinheiro, feita reiteradamente com intuito único de oblação, é não querer sair de onde está para não perder as migalhas que recebe e com isso adquirir responsabilidades pelas quais terá comprometimento e isso não está em seu ordenamento, é viver a vida esperando o final de semana chegar para nele esquecer de sua pequenez, se afogando nos mais variados ópios pois sua vida, na verdade, não tem nada de lógico, é falar dos outros como meio de justificar sua própria incapacidade de ser como ele, é continuar vivendo uma vida de rastros e restos e não se indignar-se consigo mesmo, impondo-se a responsabilidade de mudar o caminho de sua própria existência, é culpar o outro por atos e fatos incumbidos exclusivamente a você, o outro não tem culpa de que não tenha a grandeza em seu ser.

Ser grande é consequência dos atos praticados pelo inconformismo perante a própria pequenez, a grandeza não está nos feitos materiais, esses chegarão se tiverem de chegar, a grandeza é alcançada quando, mesmo ante a consciência de ser pequeno, diante da imensidão do universo e de tudo que nele está contido, se consegue romper com esse ciclo de conformação e facilitação.

Atingir a pequenez é fácil, está ao alcance das mãos, ser grande, em todos os sentidos da palavra, é difícil, precisa-se de mudanças de comportamento, pensamento e principalmente do que se passa em seu coração.

O ser humano é pequeno buscando ser grande para alcançar a evolução de seu ser, mas reduz seu tamanho quando busca manter-se em um patamar que não é para ser, a vida está em constante mutação, acompanhar seu movimento é só o que pedem os astros para que atinja os objetivos definidos em sua criação.