"Você não é todo mundo "
Minha mãe sempre foi uma mulher enérgica, mas mesmo com seu jeito exaltado sempre quis o bem dos filhos. Vidente, pragmática... certeira em suas previsões e palavras. Numa coisa ela sempre teve razão, mesmo que ainda tivesse distante do meu nível de compreensão: "Você não é todo mundo!"...
Realmente, o mundo todo é muita gente... falando, às vezes nem ouvindo... brigando, murmurando, falando alto, chamando atenção... apontando dedo na cara, apontando erros... xingando, se esbarrando sem se enxergarem, é gente indo e gente voltando... gente que só sabe rir, gente que só sabe chorar... gente que faz o outro chorar... e eu só quero passar distante e silente, na invisibilidade da minha discrição, ouvindo as batidas do meu coração, seguindo na contramão. Quando a gente se descobre, fica fácil ser diferente, fácil se torna encontrar a paz... a sua própria paz!... dentro da tua singularidade que te difere dos demais.
Longe de mim querer ser melhor que os outros, quero ser melhor para mim mesma, que meu eu do passado, talvez agindo assim, se estenda aos demais.
Mamãe foi a primeira a apontar-me essa direção... para dentro do meu coração.