Auto Declaração De Raça Ou Cor

É o IBGE que define o perfil racial do brasileiro, pelo critério de autodeclaração, da raça, ou cor – “como cada um se vê”, por meio de cinco opções: branca, preta, parda, indígena e amarela.

Pelo fato: dessas alternativas já existirem há bastante tempo; por sabermos, que Ásia, África e Europa representam os mais antigos povos, que originaram outros; e pelo surgimento da genética e seu desenvolvimento, já é tempo desta forma de traçar o perfil racial do brasileiro ser repensada. Além disso, o critério atual contém a mistura de bases para a escolha: cor (branca, preta, parda e amarela) e povo (indígena).

Nesse critério, a cor corresponde a uma característica física determinada pela variação de melanina presente e, sabidamente que, geneticamente, não indica a origem predominante ser africana (negra). Basta lembrar, nos testes identificadores de origem, realizados em celebridades, o resultado para a atriz Ildi Silva, um monumento à beleza do gênero feminino da espécie, com pele de coloração com significativa presença de melanina (“cor de canela”, “mulata”) – paternidade 71% europeia, maternidade africana 19,5%, e maternidade indígena 9,3%.

Pesquisadores declaram a origem de nosso índio - cor amarela, como asiática e polinésia. Das opções, a alternativa indígena, provavelmente, foi criada, para diferenciar de outros asiáticos (imigrantes e os que assim se veem) – cor amarela, do povo originário, o indígena.

O primeiro repensar seria sobre o critério raça ou cor, para definir o perfil de um povo. Critério que deveria ser substituído por etnia. Assim, entre as duas bases utilizadas, cor e povo, certamente, o mais adequado, seria o de povo, ou seja, definir o perfil do povo brasileiro, pelas etnias que, para o Brasil migraram e o povo originário.

De maneira geral e simplista, julga-se que a etnia de um povo é identificada, pela etnia dominante entre as etnias do povo originário a, dos que migraram para o território, bem como pela etnia resultante de ampla miscigenação.

Por exemplo, se o povo originário do território brasileiro fosse o indígena e somente tivesse tido, predominantemente, uma significativa migração asiática. Suponha-se: que nosso indígena tivesse pequena taxa de natalidade, enquanto o povo migrante asiático, altíssima; que esse povo asiático migrante, não fosse plástico, diverso e intenso sexualmente como foi o colonizador português, somente se acasalasse com asiáticos, se mantivesse fechado ás influências do povo originário e fiel as suas preferências, costumes... Então, neste cenário, a tendência era o perfil do povo brasileiro passar a ser predominantemente asiático, apesar de ancestralmente, indígena. O nascer de povo, com novo perfil étnico, depende de miscigenação e ampla.

Um outro ponto a ser repensado é essa ajuda para a autodeclaração, ou seja, para responder ao formulário, “como cada um se vê”. Como se vê em relação a cor, a características físicas, entende-se um critério muito pouco significativo. Levando-se em conta o povo, a, etnia seria melhor quais as suas preferências, seus costumes ... Esse sim, seria mais significativo para concluir se cada brasileiro pertence a etnia originária, indígena, europeia, africana, asiática ou uma outra, resultante da ampla miscigenação.

Julga-se que o IBGE deveria alterar: o atual critério, raça, ou cor para povo, etnia: Originário, Europeu, Africano, Asiático, Brasileiro (etnia resultante de reconhecida miscigenação); e o processo para autodeclaração, substituindo esse de escolha direta, subjetiva, “como se vê”, por outro: avaliação ponderada a respostas, cujas perguntas, provavelmente, somente algumas precisariam ser acrescentadas às existentes no questionário do IBGE.

Conforme os dados do IBGE, censo de 2022 (gov.br):

92,1 milhões se declararam pardos, 45,3%;

88,2 milhões se declaram brancos, 43,5%;

20,6 milhões se declaram pretos, 10,2%;

1,7 milhão se declaram indígenas, 0,8%; e

850,1 mil se declaram amarelos,0,4%.

O que significa pardos, a parcela maior do perfil do brasileiro? São aqueles que não se veem como de cor ou raça branca, nem preta, nem amarela e nem indígena. Se fizéssemos uma correspondência com o acima sugerido os pardos seriam aqueles que não se veem nem da etnia originária, indígena, nem europeia, nem africana e nem asiática. Ou seja, que se veem numa etnia nova, apesar de ainda em formação, a brasileira.

Para finalizar, especula-se que se a autodeclaração fosse feita nas bases propostas, o percentual de classificados na etnia europeia, brancos, seria bem menor e os autodeclarados da etnia brasileira bem maior. Provavelmente, o mesmo aconteceria com as outras cores, ou raças.

Faz-se mais do que necessário um repensar sobre a atual forma de desenhar o perfil do povo brasileiro, dando-lhe oportunidade de em vez de se declarar, predominantemente, se vendo nem preto, nem branco, nem amarelo e nem indígena – pardo, se declarar se vendo predominantemente, um misto de indígena, europeu e africano.

Já é tempo de dar oportunidade ao povo brasileiro para se autodeclarar, predominantemente, uma nova etnia, gerada pela ampla miscigenação, de ancestralidade paterna, a europeia e de ancestralidade materna, a indígena e africana.

Já é tempo de o povo brasileiro ter oportunidade de se vê como essa nova etnia, a brasileira.

J Coelho
Enviado por J Coelho em 19/03/2024
Reeditado em 24/03/2024
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