Meia noite e quarenta e três de segunda

Existe um rio,

Abaixo de um pequeno

Vale por onde as águas correm

24 horas por dia, sem parar,

Rapido, forte e constante.

As tempestades se formam

Nos céus. Está anoitecendo,

Os raios escorrem das nuvens

Os predadores se apressam para a caça

Enquanto as presas buscam abrigo

Contemplando o absoluto e perfeito

Som puro da natureza

Diferente de nós...

Acomodados em nossos sofás, dois toques no telefone e aparece alguém no seu portão te entregando o que quiser.

Almas possuídas por um aparelho

Que pagamos caro para ter

Isto é:

Dopamina escorre dos teus olhos,

Você segue querendo mais!

Daquilo que ja te fodeu várias vezes

Cada um no seu cativeiro

Tranquilo, como uma crônica da vida como ela é.

Os carros andam nas ruas, as motos e as cirenes disputando com os auto falantes do pastor que empurra guela a baixo Jesus para seus fiéis.

Mais dois mortos em confronto com a polícia enquanto eu passo devagar pelas fitas zebradas, com a minha filha no banco de trás do carro, voltando do colégio caro que pagamos a procura de uma boa educação.

A vida mastiga varias e várias vezes sem me engolir. Penso que poderia ser pior, penso que poderia ser eu as 00:43 revirando o lixo na frente desta casa procurando algo que dê para trocar por crack.

De estômago vazio a três dias, talvez com algum osso quebrado e mesmo assim não sinto pena de nenhum desses miseráveis.

Tô a três semanas quase sem dormir, estressado. Em busca de mais, do ponto de partida dando voltas tentando baixar o tempo, quem pode saber?

Meu ponto é:

Hoje ainda é segunda a noite e eu ja estou acabado. Nada disso faz sentido,

Sinta o desconforto da vida real

E

Siga em frente.

Leandro C Sbrissia
Enviado por Leandro C Sbrissia em 19/03/2024
Reeditado em 19/03/2024
Código do texto: T8022995
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