BOLINHAS DE ILUSÃO

Ontem eu cantei para a minha neta quando ela me chamou para brincar de fazer bolinha de sabão no momento em que jogávamos bola. Ela ria e se divertia muito com minhas estripulias e mugangas e do jeito como eu ia jogando e chutando desajeitado a bola. Eu caía de propósito para ela rir, deixava a bola passar para ela gritar "gol!"e procurava jogar apatetado com o objetivo de não fazer gol.

Como é bastante comum nas crianças, de repente ela chamou para fazer as bolinhas de sabão. Foi então que, atabalhoado nas tentativas de produzir as bolhas diafanas multicoloridas, e querendo vê-la risonha, comecei a cantar aquele sucesso de tantos anos idos hoje desconhecido pela geração atual que começa assim: "sentado na calçada de canudo e canequinha, eu vi um garotinho fazendo uma bolinha, bolinha de sabão..."

Ela gostou tanto que quando eu parava me pedia para cantar novamente e de novo, cada vez mais e mais até cairmos os dois na risada desenfreada. Mesmo desafinado e sem ritmo conseguiu colher sorrisos felizes e abençoados daquela menininha linda cujo sangue nas veias tem o meu Dna através de meu filho. Instantes assim permanecem gravados e inesquecíveis na memória da criança. E nos transmitem uma felicidade indizível. Ter família é ganhar incomensurável benção divina.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 17/03/2024
Reeditado em 17/03/2024
Código do texto: T8021753
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