Sempre Fui Conservadora!

... Racha, ô miserenta! Êpa, miserenta, não! Cuidadosa. É assim que eu me defino. Protetora dos frascos; copos de plástico e de vidro de requeijão; embalagens de isopor; papéis de presente; caixas de acrílico de chocolate e etc.

Além do mais, eu prezo pela sustentabilidade. Sustento as minhas roupas mesmo quando começam a poer. Dou uma costuradinha e pronto. E dessa forma ajo com todo o segmento da minha casa. Aproveito sobras de tintas, telhas velhas, azulejos quebrados, pregos tortos... Cortinas, roupas de cama , mesa e banho. Inclusive, conservo os móveis que foram do casamento da minha mãe. Portanto, sou uma conservadora nata.

Eu tenho o hábito de comprar azeitonas, cogumelos, palmitos, massa de tomate em vidros. E com isso além de decorar as minhas prateleiras, ainda ganho qualidade no meu armazenamento de temperos, chás in natura, folhas de louro, ferrinhos de amarrar o saco de pão...

Os mais chegados e abusados, me chamam de "acumuladora", porém não me sinto. O mais interessante que, essas mesmas pessoas que se apresentam como minhas amigas , só querem o meu bem, são umas safadas, falsas e invejosas, porque o intuito é de comer na minha casa. Encher o bucho!

Modéstia á parte, a minha comida é uma delícia! Até um simples feijão com arroz, ovo e uma saladinha vira um banquete. E depois de encherem a pança, ainda tem a coragem de falar: - hummm, vou levar pra casa um pouquinho tá? A mamãe adora a sua comida. E o que eu faço? Lanço mão dos meus potes de requeijão, é claro! Não tô aqui nessa vida pra distribuir tupperware de graça! Pois é!

E depois me rotulam de canguinha, mão de vaca, que não abro a mão pra dar tchau . Pessoas levianas é isso que são! Só porque eu sou mimosa e com cuidados especiais pelos meus pertences.

Bem, já com os meus chinelos de tiras de borracha, eu uso até o solado ficar fino e quando arrebentam eu colo com cola - tudo e meto um prego, pronto, resolvido! Vou comprar outro pra quê? Pra encher os bolsos dos empresários? Comigo eles não contam!

Os cadernos velhos eu corto e viram bloquinhos. Os cotocos de velas eu derreto e faço outras mais grossas. As sobras de sabão e sabonete, eu junto num pote e com essa massa que se forma, eu lavo o banheiro, a cozinha, o tanque, os azulejos, enfim, para mim tudo tem serventia.

Adivinhem onde eu faço o meu café? O meu café é passado no saco e é a delícia suprema, acreditem!

Então, cês querem tomar um cafezinho comigo? 😉

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 16/03/2024
Reeditado em 16/03/2024
Código do texto: T8021347
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