Hoje acordei cedo e ainda estava escuro lá fora. O nosso relógio foi uma hora para frente neste Domingo. O dia fica mais comprido e o pôr do sol agora é às 7:40 da noite. O que mais me impressiona é que as mudanças de estação são distintas e rápidas. Por exemplo, o relógio mudou dia 10 de março e a semana já começa como se o tempo soubesse que está sendo preparado para o verão (e com certeza sabe!). As árvores começam a brotar, assim como se fosse da noite para o dia! As flores aparecem de uma forma tão rápida! Essa foto tirei hoje pela manhã.
Fazendo minha caminhada e ouvindo um podcast no Youtube, ouvi uma expressão americana que me fez pensar: "wear your heart on your sleeve". A expressão significa "use seu coração na manga" como se estivesse ali, guardadinho, para tirá-lo em qualquer ocasião. Nesse podcast estavam discutindo a educação americana, dizendo que por ser uma cultura individualista, valoriza muito a independência e individualidade, e que, às vezes, expressar emoções para os Americanos significa uma perda de controle sobre si mesmo, o que pode indicar uma fraqueza, o que quis dizer que essa expressao nao faz muito sentido aqui nesse País.
Fiquei analisando esses 34 anos ja vividos aqui, e minhas percepções. Como por exemplo, existe sempre a ênfase de uma distância emocional, além do que os Americanos protegem muito sua privacidade, são reservados sobre seus sentimentos - claro que nao posso generalizar.
O brasileiro aqui causa sempre surpresa, quando corre para um abraço, ou trata as pessoas com muita intimidade - essa parte da nossa cultura que adoro e preservo: chorar ou rir em público sem se importar o que pensem, opinar sem medo, compartilhar histórias ou experiências pessoais.
Conheço uma americana que morou no Brasil por 2 anos. Ela chegava aqui, entrava e dizia:- Tem um bolinho e um café?
Ela disse que achava tão bonito no Brasil que as pessoas sempre a recebiam de bracos abertos, a hora que chegasse, sempre oferecendo alguma coisa. Com o Americano, tudo é com hora marcada; jamais alguém vai bater na sua porta a qualquer hora.
Pensei nesse momento na minha filha que esta fazendo seu MBA no Brasil e encantada com o calor humano dos brasileiros, com a simplicidade e com essa parte genuína.
Não quero falar em politica, em Bolsonaro, Lula, em partidos. Nem nas armas, nas guerras. Quero falar em emoção.
Isso tudo fiquei pensando durante o dia, e a tardezinha sentei na minha área para ver o pôr do sol.
Nesse momento, mergulhada em meus pensamentos, senti um orgulho de minhas raízes pensando nessa riqueza emocional da minha própria cultura.