CONQUISTAR A TAGARELA "LURDINHA" ERA ATO DE BRAVURA E EMOÇÃO
"Conquistar a Tagarela "Lurdinha" era Ato de Bravura e Emoção"
(Vento Lusitano)
Quando da Segunda Guerra Mundial, havia quem dizia: “É mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil participar da guerra na Europa”. Como é do conhecimento geral a “cobra fumou” e, diga-se de passagem, fumou muito bem. Razão essa que se fez constar do distintivo da Força Expedicionária Brasileira (FEB) uma cobra fumando. Após romper relações diplomáticas com o Eixo, o Brasil teve navios atacados por submarinos alemães, o que levou o país a enviar 25.834 homens e mulheres mil soldados para lutar na Itália em 1944, representados pela referida Força Expedicionária Brasileira (FEB) e pela Força Área Brasileira (FAB). Cerca de 500 deles morreram nos conflitos. A missão era expulsar as tropas alemães dos Apeninos Setentrionais que, por meio do fogo de artilharia dessas posições, impediam o avanço dos aliados no setor principal da frente italiana.
Duas situações muito chamavam a atenção dos combatentes brasileiros. Uma era o intenso frio, a neve que assolava toda a região italiana. A segunda era a tagarela “Lurdinha”, a qual chamava a atenção de todos os soldados por possuir um corpo perfeito, altura, peso, tudo sob medida, ela tinha muita elegância. O sonho de todo o combatente era conquistá-la, no entanto, não era tarefa fácil, não era tarefa para amadores, pois ela sempre estava bem abrigada, protegida. Quando um pracinha dela se apoderava, conquistando-a toda a tropa vibrava de emoção. Na realidade me refiro à metralhadora alemã MG 42, a mais temida da guerra, que foi apelidada de “Lurdinha” pelos pracinhas devido à rápida cadência de tiro, 1.200 tiros por minuto, que lembrava o jeito de falar da noiva ciumenta de um deles (outra versão diz que o apelido se deve ao fato de que a namorada de um dos soldados era costureira e o som da MG 42 se assemelhava ao de uma máquina de costura).
Outras curiosidades da guerra em chão Italiano é que nossos valentes pelotões eram de longe identificados pelos civis, pois eram eles constituídos de brancos e negros, diferentes dos pelotões dos aliados. Os acampamentos dos pracinhas também chamavam a atenção, pois sempre da cozinha estava a exalar um especial cheirinho de café, o qual muitas vezes era oferecido aos civis italianos que por ali passavam.
Para que este texto não se delongue demais, meio contra a vontade, vou parando por aqui, no entanto, confesso que de tanto ouvir na imprensa noticias sobre as tristes guerras que assolam o mundo acabei por lembrar de nossos pracinhas, nossos inesquecíveis heróis. Clamamos que nunca mais haja necessidade de nenhum combatente brasileiro ter que conquistar mundo afora alguma tagarela “Lurdinha” mal intencionada”.