14 de março de 2018
Lembro muito bem desse dia, fui no show de Katy Perry na Arena Grêmio, em Porto Alegre. Desde o lançamento dos CDs One of the Boys (2008) e Teenage Dream (2010) eu curtia essa cantora com visual de pin up, estética circense e som de rock ao estilo 1950. Tudo com muita, mas muita irreverência. Nessa noite vim também a saber que existia Marielle Franco.
Saí do show um pouco antes do fim, para ir de táxi até a rodoviária para o busão das 23h30min. No rádio, o motorista escutava um noticioso que destacava o assassinato a tiros de uma vereadora do Rio de Janeiro, que viria a repercutir muito pelo país e o mundo e ainda ser pauta hoje, seis anos depois, até porque o (s) mandante (s) ainda segue incógnito. Os executores, quatro pessoas ligadas às milícias, estão presos, e a Polícia Federal e o MP, ao que parece, já sabem quem foi o mandante, mas não dizem porque isso envolve gente com foro privilegiado e, por isso, o Supremo Tribunal Federal está no caso.
Já escrevi e já se escreveu muito sobre isso, deixarei ao fim dois textos que publiquei aqui sobre o fato, com uma análise mais ampla sobre a execução de Marielle e de seu motorista, Anderson. Esse é um dos assuntos que fogem da pauta local, mas que abordo devido a sua importância para a democracia, a política e a liberdade no Brasil. Envolve não a já trivial investigação de politicos corruptos, mas sim o poder do crime organizado, acobertado por políticos corruptos, matando outros políticos comprometidos com o povão. E, se eles fizeram isso com a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro, o que não fazem com as pessoas do povo?
Logo, defender a prisão de todos os envolvidos nesse crime é defender o povo, então é mister não deixar esse assunto cair no esquecimento e o mencionar em todos os meios, inclusive aqui. E, no meu caso - e no de milhares de outras pessoas que estavam naquela noite na Arena -, toda vez que ouço uma canção de Katy Perry lembro de Marielle, até porque poucos dias depois, em show na Praça da Apoteose no Rio de Janeiro, a cantora recebeu sobre o palco a filha e a irmã da assassinada, homenageando-a. Apesar do visual, Katy não é uma roqueira alienada, bem ao contrário.
Um bom final de semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, vivam e fiquem com Deus.
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