A besta abominável
Imaginem a situação... Em um belo dia, os animais resolveram ir ao circo. Diante de tantas opções de entretenimento, deixaram a atração principal para o final. Essa atração era tão aterrorizante que metade da platéia animal, na hora "H", amarelou e desistiu. Os que ficaram, os corajosos, sabiam que tudo poderia acontecer, pois tratava-se de um número que colocaria a integridade física dos seus espectadores em risco. De repente, as luzes do teatro se apagaram... No meio do palco, um foco de luz se fez presente, e surgiu dentro de uma jaula uma criatura muito familiar, extremamente dócil, com uma elegância singular que não inspirava, absolutamente, nenhum sentimento de apreensão e medo. Após alguns minutos, essa criatura do bem começa a se transformar... Os pelos desaparecem, o corpo definha, a fisionomia fica carrancuda, o olhar torna-se sinistro, o gestual, agora, esbanja agressividade; a inocência desapareceu e deu lugar a maleficência: a besta abominável se materializa diante da platéia animal estupefata, como num passe de mágica.
A criatura humana precisa considerar o seu lado animal como a sua melhor parte, e depurar o seu lado humano. Só assim, o espírito da natureza renascerá em seu coração, e o bem vencerá o mal.