RACISMO
Os intelectualoides constumam afirmar que preconceito é uma opinião preconcebida sobre determinado grupo de pessoas, já o racismo é a exclusão social de pessoas com base na cor de sua pele. Com mais de cinquenta anos de vida rodados entre vilas e cidades deste Brasilzão, sentindo na pele e vendo coisas que até Deus duvida, me tornei um retratista, um repórter do tempo, e sem compromisso algum com os estudiosos dos respectivos temas concluí que racismo e preconceito são tudo a mesma merda. Muitas vezes fui questionado por ser nordestino, fui gozado pelo meu sotaque diferente, fui impedido momentaneamente de ocupar um apartamento no Centro de São Paulo porque o síndico, julgando pela aparência, concluiu que eu era um sem teto, invasor de imóveis na Capital. No meu Ceará mesmo, quando criança, fui segregado sutilmente por ser filho de um soldado de polícia, algumas mães não deixavam seus filhos brincarem comigo, só vim a entender depois de crescido. Na maioria dos prédios das cidades grandes, os empregados de condomínio e prestadores de serviços são proibidos de usar os elevadores sociais. Aos 60 anos você é imprestável para o mercado de trabalho. Tenho amigos que pagam um alto preço pela opção sexual assumida.
Foi o racismo que matou Michael Jakson, ele foi ridicularizado por brancos e negros por tentar embranquecer-se, vítima de vitiligo ou por opção pessoal, ninguém quis saber. Esqueceram de avisar ao astro que é impossível um negro se tornar branco. Pagou um alto preço.
Aqui em São Paulo vi conterrâneos perseguidos por um grupo de skinheads, "cabeças raspadas", por serem nordestinos. Fui olhado com repugnância no sul do país por alguns neonazistas.
Vinicius Júnior, milionário, craque de bola, tem como especialidade proporcionar ao público jogadas geniais e gols maravilhosos. Mesmo com todas essas qualidades futebolísticas, alguns imbecis enxergam nele a figura de um macaco e não acontece absolutamente nada, a FIFA mantém os braços cruzados.
Essa coisa de cotas raciais para negros, índios e pardos adentrarem em uma universidade não passa de segregação racial legalizada, aluno nenhum deveria ser avaliado pela cor da pele, mas pelo nível intelectual, pelo aprendizado. Acho humilhante para o aluno fazer uma inscrição aceitando tais condições, mesmo que estabelecidas em lei. O cidadão conseguir um diploma de nível superior avaliado pela cor da pele é ridículo, pouco importa se é por demagogia política ou esperteza do aluno oportunista. Educação igual para todos, independente do status social ou cor da pele. Profissionais de responsa se formam pela competência, pelo talento, o resto é pura balela.
Acredito piamente que o racismo seja um problema mental, não existe outra explicação, uma doença incurável cuja única solução seria internar por tempo indeterminado o sujeito diagnosticado com o abominável distúrbio.
Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)