Pimenta a Ilha da comédia
Aprendemos na escola que uma ilha é uma porção de terra cercada de águas por todos os lados e esta imagem fixa-se em nossa mente para sempre. Mas, com o tempo vamos usando metáforas para nossas ilhas diárias. A ilha da solidão quando desejamos apenas a própria companhia, a ilha da euforia quando queremos compartilhar com os amigos nossas alegrias, a ilha da frustração quando a vida nos passa uma rasteira, a ilha da dor quando perdemos alguém muito querido e ainda a ilha amarga do arrependimento, mas também a doce ilha de embalar um filho nos braços. Mas, como viver uma vida completa se não tivermos altos e baixos? Ninguém suportaria a ilha do Inferno de Dante, mas ninguém também suportaria a Ilha da Fantasia onde tudo é perfeito.
Assim considero a Ilha da Pimenta, uma comédia em vários atos, mas uma comédia somente é boa se estiver regada por algumas amargas lágrimas que trazem o equilíbrio às histórias. Muitas vezes passamos por momentos de angústia e sofrimento, contudo depois de ter superado, a desgraça pode se transformar em graça. Ou seja, o que nos faz chorar pode ser motivo de alivio e riso posteriormente.
Um dia perguntei à minha mãe porque ela colocava uma pitada de sal no arroz doce, se era arroz doce não tinha que ter sal. Prontamente ela respondeu que era para realçar, para polir o sabor da sobremesa, pois a pitada de sal ajuda a “filtrar” e a eliminar o amargo ou possíveis outros gostos que possam interferir no resultado final da preparação. O famoso pulo do gato.
O título é uma alusão por esta cidade ser quase totalmente banhada pelas águas do lago de Furnas. A outra parte cercada pela muralha da Serra da Pimenta. Muitas são as pessoas atraídas por essas belezas naturais e hospitalidade, algumas acabam fisgadas pelos seu engodos.
Principalmente aquela turma que não passa em exames “psicotécnicos” e com isso somente aumenta a turma de pimentenses malucos belezas. Não me levem a mal, é apenas uma forma de exaltar o grande bom humor e receptividade do meu povo.
Ressalto que a parte meio maluca é que quase todos por aqui não escondem suas gafes, divertem-se contando e rindo de si mesmo, e quando tentam esconder já é tarde demais, a nova gafe já correu célere como fogo em paiol. Por aqui acontece coisas que até Deus duvida, por isso, se colocarmos uma grande lona sobre a cidade, teremos o melhor teatro cômico do mundo. Sem a lona, somos a mais hilária das cidades.
São tantos personagens e acontecimentos engraçados, que realmente dá para escrever um novo livro. Como gostaria de repartir essa alegria com todos, vou tentar colocar esses causos no papel.
Aqui quase ninguém nega aquela fofoca jocosa para um amigo, evidente que acompanhada de uma grande gargalhada.
E no meu caso, ler, escrever e escutar essas anedotas é um hobby. Muitas dessas estórias fui protagonista, coadjuvante, testemunha ou um ouvinte hipnotizado. Sei que é um desafio enorme, pois uma coisa é contar uma piada e outra bem diferente será transformá-la em texto. Ainda que não consiga arrancar o melhor sorriso das pessoas, contento-me em imortalizar esses burlescos personagens.
Quem quiser me ajudar na elaboração desse livro, conte-me uma dessas piadas, grave um áudio do contador do causo ou pode escrevê-lo, assinar e fazer parte deste livro. Qualquer texto será bem vindo e uma honra ter você fazendo parte desse projeto.
Kennedy Pimenta 🌶️