O mal do espelho...

Mais uma vez espancado pelo espelho!

Mesmo olhando de soslaio, de trivela ou de esguelha..., da pra perceber que esse peste me odeia!

Fica de lá, escancarando os meus podres..., e eu nem o convidei para opinar coisa qualquer.

E olha que não pedi opinião qualquer e ele, de pronto, revelou a mim mesmo do jeito que sou – imagino o que possa dizer aos outros!

Desinfeliz, é o que ele é!

Debochado e muito futriquento, esse tosco indivíduo!

Se assim continuar, serei obrigado a dar-lhe as costas: viro a frente dele para o encovado da parede.

Vê se pode!, tento me olhar e ele me mostra as minhas imperfeições..., e nem pedi opinião qualquer.

É muito do pirracento, esse sujeitinho desavergonhado.

Mas, também, pareço ter culpa. Afinal, quem pregou essa injúria na parede foi eu mesmo: me arrependo e muito. Quando fiz, entretanto, não lhe dei essa liberdade toda de flertar com minhas rugas!

Alguém pode me dizer onde compro o “espelho de Narciso???”

Não é que eu queira virar flor!!! Entenda!