Ah, a música! - BVIW
Não fiz da música profissão, apesar da paixão por essa senhora. Meu gosto é bastante eclético e, tirando heavy metal,funk, rap, techno e sertanejo universitário, acho que sou boa ouvinte de quase tudo. Vejo agora que a lista das antipatias é longa, e talvez eu não seja tão eclética quanto pensava. Mas os motivos para excluir esses gêneros musicais das minhas preferências serão tratados, quem sabe, numa outra crônica. Comecei cedo a estudar piano, por causa de Chopin. Depois, rendi-me à brasilidade do violão. A MPB tornou-se a trilha sonora da minha vida. Logo veio a fase de tocar com os jovens da igreja numa paixão fulminante pelos cânticos da missa. E na faculdade, o intenso desejo de cantar no coral da universidade, cujas apresentações eu há muito já prestigiava. No dia do teste de voz, o maestro quis saber se eu tinha noção de música. Claro, conto-lhe meu passado com o piano. Ele me pergunta porque parei os estudos. Na ingenuidade dos dezessete anos, respondo "porque não tinha disciplina para treinar". Resposta errada, erradíssima! Minha rota de coralista acabou ali. Mas talvez tenha se iniciado uma outra, mais necessária: a do aprendizado das inócuas pequenas mentiras __ ou das suaves omissões.