O balançar da infância

Crônica

**Título: O balançar da infância**

Quando penso na minha infância, uma imagem vívida e cheia de alegria vem à mente: eu, pequena e cheia de energia, brincando no balanço. Era um ritual diário e essencial, uma jornada de diversão e liberdade que fazia parte do meu cotidiano infantil.

O balanço, com sua estrutura simples e movimento contínuo, era meu refúgio, meu portal para um mundo de imaginação e aventuras. Naqueles momentos, eu era livre - livre para voar alto, livre para sonhar, livre para simplesmente ser criança. O vento acariciava meu rosto, as risadas preenchiam o ar, e a sensação de balançar para frente e para trás era reconfortante, quase hipnótica.

Cada impulso para cima era um convite para explorar novos horizontes, para alcançar o céu e além. Eu me sentia invencível, capaz de qualquer coisa, carregado pela pura essência da juventude e pelo desejo interminável de brincar.

Os dias em que o balanço era meu companheiro eram os melhores. As horas passavam sem pressa, sem preocupações, sem limites. Era como se o tempo se dilatasse, expandindo-se para acomodar cada risada, cada grito de alegria, cada momento de plenitude.

Lembro-me das tardes ensolaradas em que o balanço se tornava um barco navegando em mares desconhecidos, das manhãs chuvosas em que se transformava em um foguete rumo ao espaço, das noites estreladas em que se convertia em um tapete mágico conduzindo-me a terras distantes e imaginárias.

O balanço era mais do que um simples brinquedo - era um portal para um universo paralelo, onde a magia da infância reinava suprema. Nele, eu encontrava paz, felicidade e uma conexão profunda com a criança que existia em mim, uma parte de mim que, ainda que crescesse, nunca desapareceria completamente.

Hoje, ao olhar para trás, percebo que o balanço não era apenas um objeto de diversão, mas sim um símbolo de inocência, de imaginação e de pureza. Era a representação física do espírito indomável da infância, da capacidade de sonhar sem limites, de sentir a alegria mais pura e descomplicada.

Então, quando penso na minha infância e nos momentos em que brincava de balanço, sorrio com saudade e gratidão. Agradeço por ter tido a oportunidade de viver esses instantes preciosos, por ter conhecido a felicidade simples e verdadeira, por ter experimentado a magia de ser criança. E, acima de tudo, recordo com carinho o som do balanço rangendo suavemente, o vento sussurrando melodias de liberdade e a sensação de voar, mesmo que por breves instantes, acima de todas as preocupações e responsabilidades do mundo adulto.

Vera Salbego