Os Três Pinguinhos
APESAR de gostar muito de cinema, sou avesso a esse frisson do Oscar porque é apenas ao mera solenidade que, não raro, comete injustiças. Exemplo, um dos melhores filmes de todos os tempos, Zorba, o Grego, não ganhou esse prêmio, também Anthony Quinn, que interpretou Zorba não foi premiado.
Então não me ligo nesse evento, mas muita gente se liga, inclusive pessoas do meu entorno, para fugir desse programa, fui me refugiar no meu cantinho e fiquei divagando, lembrando coisas do passado. E a primeira recordação foi de um expert em adulação, um capacho que havia na terrinha que era capaz de fazer qualquer tipo de indignidade para agradar o chefe, um truculento rico do lugar. Não apenas agendava compromissos amorosos para o chefe, afofava travesseiros, perfumava lençóis e etc e coisa e tal.
Mas chegou ao ápice do servilismo quando começou a rebocar o chefe que bebia muito para ir ao mictório. Ele, pasmem, revelava que abria o zíper da calça do chefe e tirava o instrumento para ele não se mijar. Um dia demorou mais que costume e quando voltou, sem ninguém perguntar justificou a demora: - Demorei mais porque o zíper emperrou e ainda tive que dar uns tapinhas no pau do chefe para os últimos três pinguinhos não caírem na sua cueca nova.
Merecia o Oscar da infinidade. Não se trata de ficção. William Porto. Inté.