VI O HOMEM VELHO MORRER

Saudades de conversar com Deus, de ouvir a voz dEle me abençoando com o som divino de Suas palavras; sinto falta de por os joelhos no chão, confessar meus pecados com gemidos inexprimíveis e receber o perdão que somente Ele pode conceder, santo, amoroso, rico em amar, rico em amor, rico em perdoar que Ele é. Pois meu santo Pai é o próprio Amor infinito.

Não O vejo com os olhos da carne quando estamos conversando, estes comumente não têm permissão para tanto, Sua luz é por demais radiante para um simples mortal suportar. Mas claramente O enxergo com a nitidez dos olhos espirituais, e nesses momentos tão preciosos, felizes, eles fazem grandiosa festa embalados pela efusiva alegria abençoada de vê-lO enquanto O escuto.

Saudades gigantes do verdadeiro e único Caminho que leva ao santo Reino de Deus, JESUS CRISTO! De viver novamente aquele gozo indescritível dos primeiros dias, meses e anos quando nEle cri confessando meus erros, falhas e pecados, invocando Seu santo nome e O recebi no espírito, no corpo, na alma, na mente e no coração como meu Senhor e Salvador.

Ah, quanta saudade do meu batismo nas águas, de ver o velho homem que outrora fui morrer na cruz de Cristo e ser regenerado após o Senhor ressuscitar, me justificar ao meu santo Pai amoroso e me dar a santa graça de ser membro de Seu santo Corpo, a santa Noiva, a santa Igreja. Saudades! Porque entre as cem ovelhas, ali no redil santificado, estando em comunhão permanente, um repentino olhar, uma mão macia e carinhosa, um sorriso inesperado, a junção disso tudo e mais o indizível me roubaram do aprisco. E fui para as montanhas.

Lá, enganado pelas ilusões atraentes, joguei-me por entre as rochas em algazarra, pretensamente feliz. Pouco a pouco, no entanto, o afiado das pedras me feriu e já não havia mais sorrisos nem afagos, somente dor, tristeza e saudade do que eu abandonara e esquecera. Nesse meio lugubre onde fui parar, desamparado, sozinho, vieram as lembranças das minhas conversas com Deus. Então chorei muito compreendo que não sabia mais como orar, embora nunca antes eu soubera como convém. Virei um poço de saudade da santa presença do meu santo Pai Deus.

No fundo d'alma, porém, sempre entendi, no conforto da fé inabalável, que o meu Pastor Jesus chorou quando contou as cem ovelhas e notou que Lhe faltava uma: eu. E também pela fé creio que Ele está vindo me buscar para curar minhas feridas, por-me em Seus santos ombros e levar-me de volta para o redil. Amém!

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 12/03/2024
Reeditado em 13/03/2024
Código do texto: T8018023
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