E se morre disso?
O diretor da escola postou no grupo de professores que a mãe de um aluno havia dado seu último suspiro. Alguns colegas comentaram e com a curiosidade de sempre, um deles, perguntou:
“ Morreu de quê?”
“Tinha úlcera”
Ele replicou:
“E se morre disso?”
Não disseram o motivo da partida, mas neste velho mundo onde de tudo se vê e ouve, morre-se de amor, por falta de amor, com amor. Morre-se de raiva, com raiva, por raiva. Morre-se com inveja, de inveja. Morre-se de trabalhar, sem trabalhar, pelo trabalho, com trabalho. Morre-se com fome, de fome, sem fome. Morre-se com saúde, pela falta, de saúde, sem saúde. Morre-se rindo, chorando, implorando. Morre-se matando, sobrevivendo. Morre-se nascendo, morre-se vivendo.
Neste país, caro leitor, morre-se de tudo. Até pelo efeito de uma pergunta como essa.