ENFIM, UM ESCRITOR... DIFERENTE !
(ATENÇÃO: é preciso ler antes o texto "OS NÃO-CONTOS DE NATO AZEVEDO" postado aqui em "Artigos" / LITERATURA.)
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Se a ocasional leitora intelectual ou o autosuficiente leitor erudito estão neste momento escarafunchando (?!) o cérebro superlotado de Cultura inútil só para saber de quem se trata, "podem tirar o cavalo da chuva" -- expressões como esta faziam a alegria de bisavós do escritor insinuado no título -- pois se refere ao Autor "dessas mal traçadas linhas" e não a Inglês de Souza (PA), a Eça de Queirós ou Oscar Wilde, a Lima Barreto (PE) ou, nos tempos modernos, a Carlos Eduardo Novaes (RJ) e Luís Fernando Veríssimo (RS), sendo todos eles aqui citados Escritores que muito admiro.
Nos últimos 3 anos me empenhei em pedir prefácios como quem pede água num boteco lotado de "cachaceiros" ou a fruta madura do quintal de um vizinho que não esconde o menosprezo que tem por mim. Mas amealhei belos momentos de INCENTIVO, de injeção de ânimo na alma combalida, a partir de 3 lindos Prefácios que me deram certeza de estar no caminho correto.
Num dos meus 4 livros de Memórias -- obras que misturam assuntos e tratam "de tudo" ao mesmo tempo -- tive até um retrato psicológico (?!) que tanto me surpreendeu quanto incomodou (diria até "aborreceu") -- ao me fazer olhar "para dentro do espelho" ! Me parece que o jovem prefaciador está se formando arquiteto ou advogado, contudo ficaria melhor enquanto psicólogo. Hoje reconheço a precisão das conclusões que registrou naquele prólogo, "Prolegômenos" anotaria um Rui Barbosa.
Em menos de 10 DIAS o festejado multi-escritor catarinense Enéas Athanázio me enviou Prefácio que me deu o "mote" para oportunista "slogan": "Um escritor DIFERENTE... da Amazônia para o Mundo !" Porém Enéas declarou tão-somente que "Nato Azevedo produz um CONTO DIFERENTE" ! É "quase" a mesma coisa ! Isso me animou a continuar procurando "um padrinho de batismo" para "meu filho enjeitado", o principal dos 5 LIVROS de Contos, "menosprezado" por 15 ou 18 escritores do país inteiro, recusando das formas mais variadas PREFACIÁ-LO. Desde maio ou junho de 2020 estive "à caça de um Prefácio"... coisas do Destino, ele surgiu pelas mãos de escritor com casa AQUI NO BAIRRO. "Cutuquei-o" vez ou outra após os 30 dias iniciais, temia aborrecê-lo com minha insistência.
Ontem, findou meu "calvário", no Dia Internacional da Mulher lá estava o artigo, com o dúbio título de "OS NÃO-CONTOS de Nato Azevedo" ! As pernas fraquejaram, a mão no "mouse" tremeu, o cérebro "gritou":
-- "Imbecil, 'taí o que você queria... o cara NÃO GOSTOU do teu livro" !
Com meu irmão ao lado, na lanhouse vazia neste belo sábado de 9 de março, murmurei quase chorando:
-- "Azar o meu, publico assim como está e o leitor vai julgar por ele mesmo a qualidade dos escritos" !
Nem foi preciso fazer coisa alguma, o título não era "pegadinha" mas visão abalizada a partir de conceitos gramaticais que orientam a ESCRITA de qualquer conto. Sei que SONETOS sempre tiveram uma imensidão de "regras" que jamais sigo. A Trova, singela e lírica, também tem as suas... desconhecia que escrever contos seria quase "uma Ciência" ! E onde entram nesse "sistema epistemológico" (seja lá o que for isso !) (*1) os microcontos e os "NANOCONTOS" de frase e meia ?!
Adorei realmente a informação sobre um "diagrama gramatical" para (se) escrever CONTOS, contudo quase metade dos temas e estórias desenvolvidos em meus contos "nasce" DE SONHOS... ora, 40 segundos ou minuto e meio de imagens & falas "mudas" (as bocas não mexem) não fariam um conto nas formas tradicionais. Por vezes meia frase ouvida nas ruas ou 2 bentevis disputando espaço numa árvore me são mote suficiente para um breve conto. Em meu livro "QUASE NADA...", pronto desde o ano 2000, os contos eram "quilométricos", 5 ou 6 páginas de 30 linhas datilografadas cada. Agora, me imponho 2 laudas manuscritas, umas 40 linhas digitadas. O que não "couber" em tal espaço fica de fora !
Me alerta meu prefaciador EDSON COELHO que -- no conto convencional -- se constrói primeiro o caráter, o "perfil psicológico" de cada personagem... nos meus contos faço isso em frase e meia, o restante fica a cargo do futuro leitor.
Enfim... SOU UM ESCRITOR ! Tinha algumas dúvidas, Edson Coelho as extinguiu. Escritor BRASILEIRO, diz ele... faço um muxoxo de desprezo, há muito tempo me sinto bem pouco ufanista, essa Política(gem/lha) nefasta me desanima, deprime e ENOJA ! "Só me falta-me" (?!) PUBLICAR a obra e sofrer um bocado na noite (ou tarde) de autógrafos ! Vi amigos, em 1990 e poucos, venderem 5, 10, 15 exemplares e guardarem os 290 ou 485 outros debaixo da cama. Um deles até "cortou os pulsos" na mesma madrugada... "coisas" de Belém !
"NATO" AZEVEDO (em 9/mar. 2024, 15,30hs)
OBS: (*1) a expressão "SISTEMA EPISTEMOLÓGICO" é de minha autoria, NÃO CONSTA do Prefácio de Edson Coelho.
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(RECADO PARA O PREFACIADOR:)
Caro Amigo EDSON !
Costumo "comentar" os Prefácios que recebo e minhas "conclusões" (ou parecer) estão nesta crônica "Enfim, um escritor... DIFERENTE"! (Aspas e reticências são meu xodó !) GRATO pela "sacada" genial sobre as CENTENAS de personagens... nunca notei isso enquanto escrevia; agora, a partir de tua observação vejo que -- com 3 protagonistas por conto (às vezes mais) -- temos 156 "atores". Como no outro volume "AS PALAVRAS MARCAM... AS PALAVRAS MATAM" a lógica é igual (fora outros 2 ebooks com 40 contos cada) chegaremos facilmente ao MEIO MILHAR... isto é Brasil !!!
Embora o "Joãozinho" esteja em 4 ou 5 textos -- é o antigo "Juquinha", "rebatizado", repaginado -- a maioria é de personagens singulares, "sem cópia", além de um ou outro conto em terras estrangeiras e vários bichinhos e "bichinhas" (?!) pelo meio.
Duas "justificativas" me cabem: 1) o "eruditismo casual" não é acidente, foi fruto de muita leitura na juventude, apesar de (ainda) não gostar de ler. Favelado lavando vaso sanitário em lojas e sendo "officeboy", entendi que só com Cultura eu "sairia da m..."! NÃO SAÍ, mas me rendeu esse "academicismo tosco" notado por você; 2) escrever sempre me foi TERAPIA, tenho prazer em fazê-lo -- mesmo sem visar leitores -- e minha "autobiografia escritural" (?!) está explicitada na crônica "Brincando com as Palavras", no Recanto das Letras", em junho/2023. (Acessar... ARTIGOS, depois LITERATURA.)
Meu trabalho agora é REVISAR a obra, retirar o "dilúvio de aspas & reticências" e ADAPTAR a escrita que aprendi na Escola (1961/66) para essa pavorosa (nova) Ortografia de 1990, que o Governo Lula "desenterrou" em 2010... neste Brasil eternamente INSANO temos que nos conformar com mais esta "sandice" ! (Haja aspas !)