Um elogio verdadeiro, mas fora do contexto
Em seu primeiro dia de aula, Esther, a nova professora de Português, contou aos alunos um pouco de sua vida. No segundo dia, para avaliar o ‘português’ da classe, sugeriu uma redação com o seguinte tema: descrever alguém daquela sala. Inclusive ela.
Ao corrigir as redações, chamou-lhe atenção já no primeiro parágrafo o escrito de Edemar Coelho Neto, 11 anos, pela colocação correta da palavra ‘quaisquer’. E a redação era sobre ela, a nova professora.
A surpresa veio no quarto parágrafo com a narrativa de que a nova professora era bonita, simpática, comunicativa e dona de uma bela bunda. A surpresa virou decepção ao ponto dela levar ao conhecimento da direção que, no dia seguinte, convocou os pais do aluno exigindo que o filho fosse advertido para isso não voltar a se repetir.
Cinco dias depois Neto pediu licença à nova professora e, ao seu lado, em pé e diante dos colegas (que não sabiam de nada), educadamente pediu desculpas por ter escrito algumas palavras indecorosas. O tom de voz e semblante tristonho sensibilizou Esther e, emotiva, perguntou algo com referência aos genitores sobre o teor do diálogo.
- “Mamãe quase não falou; mas papai foi duro e me fez jurar que nunca mais escreveria algo nesse sentido para eles não passarem vergonha. E reconheceu que tenho razão. Disse que realmente sua bunda é exuberante."