**Crônica de uma Escola Desarmada** ("Uma escola sem armas é um convite para pessoas ruins" — Donald Trump)
Era um dia comum na escola, um lugar que deveria ser um santuário de aprendizado, mas que se tornou um campo de batalha. Eu, um simples professor, me vi no meio de um conflito que nunca imaginei presenciar.
A coordenadora entrou na sala dos professores, pisando duro, arrastando atrás de si um aluno resmungão. Ela o sentou e anunciou, com uma voz firme e decidida: — "Você está suspenso das aulas por dois dias. Preciso falar com sua mãe."
Sem perder tempo, o aluno sacou seu celular e ligou para a mãe, ordenando que ela viesse à escola imediatamente. Ele então aproximou o seu telefone da coordenadora, mas com uma condição: — "Fale aqui, mas não toque no meu celular."
A coordenadora, agora em desvantagem, tentava explicar à mãe dele, através do telefone, sobre o comportamento inaceitável do filho. Em um dado momento, ele a interrompeu, desmentindo o relatório da professora denunciante e a xingou de mentirosa, doida, entre outros insultos. A coordenadora, sem outra opção, aumentou a suspensão para quatro dias.
Eu, um mero espectador, permaneci ali, atento a tudo. Em caso de justiça, eu seria uma testemunha. A situação estava tensa, mas de certa forma, interessante. Eu estava curioso para ver a chegada da mãe e o desenrolar dos acontecimentos.
Cerca de dez minutos depois, a mãe chegou. A situação se agravou, agora eram dois contra um. O aluno e a mãe, unidos, desafiavam a autoridade da coordenadora. Eu, um mero cronista, me vi incapaz de descrever as sensações e motivações de tanto desrespeito em tão pouco tempo.
No final do embate, a coordenadora estendeu o atestado de suspensão para a mãe assinar. O aluno gritou: — "Não assina, mãe!" Eles trocaram mais algumas palavras de humilhação e saíram, prometendo que não ficaria assim...
Aquele rapaz era um dos meus piores alunos do ano passado e se dizia crente. Aliás, ele foi mandado de volta à sala de aula. Não deu nada, como eles costumam dizer. E eu estava ali, naquela escola, no meio de tudo isso, pensei em voz alta: Quem está realmente seguro em um lugar onde as regras são mudadas pela conveniêcia (para os professores não apanharem dos alunos)? E cada dia que passa sentimos a necessidade de uma arma de fogo para defesa pessoal!
Depois, ainda na sala do pós-guerra, as funcionárias da limpeza começaram a limpá-la. A coordenadora, visivelmente abatida e envergonhada, me mostrou as mãos pálidas e trêmulas. Ela disse: — "Isso é para você ver o que a gente passa aqui. Os professores têm que nos ajudar, fazendo relatório!" Naquele momento, me senti culpado e massacrado novamente: — "Quantos relatórios são necessários?"
A escola não precisava ser assim. O que fez a sociedade perder a fé no ensino público? Por que ninguém tem mais o respeito devido às "autoridades" da escola? O referido aluno voltou à sala de aula e continuará com o mesmo comportamento! A coordenadora e os professores, cientes do ocorrido, terão medo de tomar qualquer medida disciplinar contra ele, evitando tamanho desgaste físico, mental e moral de todos os dias, ou pior...
Esta é a realidade de muitas escolas hoje em dia. Uma realidade que precisa mudar. A educação é a base de nossa sociedade, e se não cuidarmos dela, estaremos comprometendo nosso futuro. É hora de agir, de mudar, de fazer a diferença. Porque no final, somos todos responsáveis pela educação de nossas crianças. E isso começa com o respeito.