Meditação

O vento sibila e uiva. Os grossos pingos de chuva caem sobre os vidros da janela que se balançam sob o impacto da força do vento. No apartamento do décimo andar do edifício, encontro-me a ouvir a "Ave Maria" de Charles Gounod, uma meditação sobre o Primeiro Prelúdio de Bach.

Os sons angelicais da música me trazem uma paz que fortalece o meu espírito.Olho para as plantas que ornamentam a sala:belas, verdejantes... É pena não ouvirem a música angelical! Ou será que ouvem?

Lá fora, o mar está agitado. Posso vê-lo pela janela, matizado com águas azuis e barrentas, em virtude da chuva.Poucos carros transitam pela avenida quase deserta. No banco de areia molhada- as dunas - há poucas plantas rasteiras que recebem a água da chuva.

Na solidão, observo o vento que se torna menos forte e que já não sibila, e a chuva diminuindo, diminuindo... Agora, os pingos d'água se tornam mais fracos, porém o mar agita fortemente suas vagas.

Há muito a música cessou. Pego um livro e começo a ler; na solidão há oportunidade de se refletir.

Nadir de Andrade
Enviado por Nadir de Andrade em 03/01/2008
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