Ao abrir a janela
Manhãs bonitas são aquelas que meus olhos veem ao longe. São aquelas que tem horizonte distante, até onde nossa vista alcança.
Como podem ser belos esses telhados disformes, esses enormes edifícios de vivenda de domínio compartilhado nos quais não se dá "bom dia" ao vizinho?
Que beleza tem esse emaranhado de fios e cabos nesses postes horrendos?
Manhãs bonitas são aquelas que ouvimos os pássaros, que vemos e sentimos a natureza, em cujos pequenos detalhes a vida desperta com as gotas do orvalho se diluindo nas cores do espectro solar, cujos raios do sol as transforma em joias momentâneas, únicas de um instante mágico.
Não! Tudo que é urbano, por mais que se esforcem arquitetos e artistas, não consegue ter beleza e com o mesmo sol que brilha em outros cantos. Com os encantos e a maravilha da natureza trazendo-nos os sons da alvorada e não esse barulho espantoso dos ônibus, das sirenes e esse zoar dos veículos poluindo o ambiente, inalados e/ou empoeirando de cinzas as superfícies onde se depositam, fora e dentro de nossas habitações.
Manhã bonita é aquela que vem após uma noite de céu estrelado e uma madrugada agradável aos nossos sentidos, contemplando o brilho do último astro que vai se esmorecendo com a alvorada já sendo anunciada pelas aves madrugadoras.
Manhã bonita é aquela cuja junção dos nossos sentidos podem perceber só o que a natureza produz: os sons, a luz, o odor, o perfume, o frio, o calor, o sabor de tudo que sustenta a vida e o gosto de ser parte dessa magia proporcionada apenas para os seres viventes desse pequeno planeta, a girar na imensidão do universo infinito.
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Insight 24/06/2023