VÁ PRA PRAÇA QUE PARTIU! FIGURA SUJA NO TEATRO.

VÁ PRA PRAÇA QUE PARTIU! Figura Suja!

Chico Nascimento Magonleji

Você que acredita em futuro, eu vi um cara na esquina de pau puro, era um velho indivisível, mas não era avô Rai, era um homem que tinha crina, se jogava era por cima e olhava a menina, aquela que mora na ladeira de João Só. O cara puro dava o furo e ninguém tinha plural, imagine a cara lisa do pau de sebo na praça, quem quiser sobe de graça, passa areia na pirraça e se joga devagar... mandei K H para os políticos que apoiam a chacina, onde preto não é um beck, burro de carga de todo senhor, tinha um cara crucificado, mas Kitembu é meu senhor, tempo, tempo, tempo... o beijo doce igualzinho ao mel da cana, cana brava da senzala em toda periferia, a polícia nos aplica a oração de todo dia, rima, rima, rima, rima, cadê? É hora de pular corda, de descer do pau-de-arara da tortura militar ou do nosso guarda-roupa no teatro onde o público fica no palco e o espetáculo é singular. Ainda dá tempo de flertar com uma outra boca beijante, do beijo principiante de quem já perdeu os dentes, a velhice não é crença, mas também não é doença de quem sonha com o altar, onde o santo é Xangô e as asas do cobertor é fuxico nordestino, quero ver outro menino imitar a minha voz e destronar o novo atroz, matador de pensamentos... o filho da democracia precisa acender vela todo dia, pra não babar o ovo de ninguém! É hora do black total, a cena de cada coxia é feita na covardia, no berço da tirania de quem não tem verdade cênica. Cadê? Figura suja, meu brother!