CASEI COM TREZE ANOS
CASEI COM 13 ANOS
Pois é, vocês podem não acreditar, mas é a mais pura verdade. Casei quando tinha 13 anos.
Naquela bela manhã de um domingo primaveril, como costume, peguei o busão e fui exercer meu hobby preferido: participar do CINEAC Rádio, um alegre programa de auditório da Rádio PRB2, em Curitiba, sob o comando de Souza Moreno.
Auditório lotado, muita alegria, apresentação de diversas atrações, calouros, sorteios de prêmios e uma atração especial: o ”Casamento Atrás da Porta”.
Chamavam um rapaz do auditório e ele, de olhos vendados, tinha que dizer sim ou não, ou seja, se casava ou não casava com as garotas que eram apontadas na platéia.
Naquela manhã o escolhido para o “sim ou não”, fui eu.
À medida que o Apresentador fazia a pergunta eu ia respondendo, na base da intuição. Disse uns quatro não e lá pela quinta vez, acabei dizendo sim e o meu sim foi acompanhado por um monte de gritos: não... não... não. A platéia urrava a plenos pulmões e eu, vendado, não entendia o motivo.
Tiraram a venda e a escolhida já estava no palco, bem na minha frente.
Entendi então o porquê dos “não” da platéia. Coitada da mocinha. Devia ser muito parecida com aquela que inspirou o Ari Toledo na música LINDA MEU BEM, cuja letra é mais ou menos assim:
“Eu quero descobri dereito quar que é o defeito que o meu bem tem
Meu bem tem as perna torta mas o que importa é se ela vai e vem”.
Como o casamento não se consumou não precisei me divorciar.
Ainda bem.