UMA PRAIA ESPECIAL

Algumas localidades litorâneas de uso restrito das forças armadas permitem aos felizardos usuários, desfrutar de características praianas, que só nestas áreas ou em regiões pouco exploradas ainda sobrevive uma diversidade fauna, que infelizmente foi gradativamente desaparecendo das praias badaladas de regiões turísticas.

O mais interessante neste contexto, exposto no parágrafo anterior, fica por conta da localização da praia de Imbuhy, situada na entrada da baía de Guanabara, e que mesmo assim conseguiu preservar característica de praias praticamente selvagens.

A começar pela areia, que ao atrito com a sola dos pés emite um som peculiar, indicando sua ótima qualidade. Alguns habitantes locais reforçam essa ideia de santuário da vida marinha. Lá, são ainda muito comuns seres que há muito tempo sumiram das praias cariocas ou mesmo fluminense, mas que ainda proliferam nessas areias como: o tatuí, o siri, a maria farinha e uma abundante e diversificada população de gaivotas.

Nosso programa protocolar começa com um descompromissado almoço no bairro da Jurujuba, com lindos recortes e pequenas praias, mas que passou por ocupação urbana desordenada gerando gritante contraste com o que vamos encontrar na vertente oceânica da mesma cadeia de montanhas.

Passar um final de semana, em recanto como esse, traz aquela paz infinita, onde predomina o som inconstante do quebrar das ondas, que pode ter apenas uma concorrência quase desleal, a atormentada chegada do vento sudoeste, vindo logo acompanhado de uma frente fria, proporcionando belo espetáculo de luzes num primeiro momento, para em seguida chegar o vigoroso ronco dos trovões e por fim aquela chuva torrencial, que turva de vez o horizonte marítimo.

Ao por do sol, a força da natureza conta ainda com belo pano de fundo, o exuberante e entrecortado relevo da orla carioca, onde sobressai em primeiro plano o Pão de Açúcar e após percorrer com os olhos a verdejante Floresta da Tijuca, se fecha com a abrupta presença da Pedra da Gávea.

Para alegria geral desse limitado contingente de turistas que ocupam as dependências do hotel de passagem, o dia seguinte amanhece com uma atmosfera novinha em folha. Três cores em tonalidades intensas fazem a alegria dos olhos, contrastando o intenso azul do céu, que faz concorrência com a fechada mata de sutis verdes, se limitando com céu para o alto e a sutil brancura das areias para baixo.

Para complementar esse cenário idílico só mesmo recordando o poetinha, que tinha como premissa a arte do encontro entre amigos, num mundo caracterizado por tantos desencontros.

Para parte de nosso grupo, mais afeito à pratica de esportes, desfrutamos de uma troca das mais salutares, o jogo de Beach tênis, intercalando mergulhos e até mesmo pegar jacarezinho naquelas relaxantes águas do mar.

À noite, além das luzes da cidade no horizonte, podemos ficar assistindo ao eterno vai e vem de embarcações ora adentrando a baía, ora saindo. Neste período, ainda se aplica o prazer de conversar, degustar comidinhas e jogar um baralhinho, enquanto o sono não chega.

Em síntese, essa é a programação de mais um final de semana de muita alegria, trocas e aprendizado das boas experiências vivenciadas.

Alcides José de Carvalho Carneiro
Enviado por Alcides José de Carvalho Carneiro em 05/03/2024
Reeditado em 06/03/2024
Código do texto: T8013348
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