Sobre o livro : Bichos em Poemas
Escrevo desde que me conheço por gente. Acho que meus relacionamentos sempre foram melhores através das palavras e, sinto que tenho um pouco de preguiça de pessoas. Sabe aquela coisa de ficar o tempo todo se explicando para manter-se no grupo? Isso não é comigo. Deve ser por isso que eu prefira estar em ambientes mais solitários.
Mas, voltando ao assunto sobre escrever, meu saudoso pai além do litro de leite e cinco pãezinhos que ele trazia pra casa todos os dias, ele trazia também um bloquinho liso de anotações. Ele sabia que eu gostava de desenhar e fazia questão de trazer do restaurante que trabalhava.
A primeira coisa que eu fazia era arrancar as duas primeiras folhinhas que geralmente estavam sujas de gordura e depois eu cheirava para ver se ainda tinha cheiro de batata frita ou hambúrguer. Depois desenhava e arriscava escrever algumas narrativas que surgiam na minha cabeça principalmente quando eu ficava imersa olhando para o céu e me questiona do sobre Deus, lua, sol, diabo e etc.
No começo, ainda pré-adolescente, escrever era um hobby pra mim. Quem convivia perto de mim sabia da minha paixão pela escrita. Alguns me elogiavam mas, poucos me incentivavam. Escrevi a minha primeira peça de teatro na escola com 13 anos. Foi um sucesso! Lembro até hoje: Era a história de uma menina que não queria acordar cedo para ir ao dentista preferindo ficar deitada assistindo o Xou da Xuxa. Então, um anjo se apresentou pra ela mostrando que ela estava errada fazendo aquilo e, que a mãe estava furiosa. E do outro lado o diabinho que estava adorando ver a menina desobedecer sua mãe.
Foi uma apresentação linda e fiquei muito contente em ver as minhas coleguinhas interpretando tão bem um texto meu. Minha peça foi uma das melhores naquele ano! Guardei no coração as lembranças e a ponta de esperança em um dia escrever uma história e publicar. Mas aquilo ainda era uma coisa que estava longínqua demais para acontecer e no fundo eu sabia disso.
O tempo passou e só vim publicar o primeiro livro em 2013, com mais de trinta anos de idade. "O Diário da borboleta azul" Ah! mas não deixei de colocar nesse livro aquela "guerra espiritual entre o bem e o mal" porque, depois eu vim passar por terríveis guerras e batalhas espirituais não de um personagem infantil mas de uma mulher adulta. E, de certa forma me ajudaram sim, dar origem ao Diário.
Depois que lancei "O Diário da borboleta azul" que não se trata de ficção, entrei para a AIL ( Academia Independente de letras ) e pasmem, recebi o convite por e-mail 1 dia depois de eu ter ganhado o segundo lugar em um concurso de outra academia de letras. Eu nunca havia escrito poesias. Eu sempre me dei melhor escrevendo crônicas e histórias com princípio,meio e fim mas, resolvi arriscar um poema chamado "Primavera" e ganhei! Aquilo me deixou muito contente claro, primeiro porque eu estava receosa em lançar meu segundo livro: As sementes que plantei " e acredito que o concurso me encorajou continuar na escrita. Sem contar que uma linda borboletinha azul apareceu do nada aquele dia voando mansamente no meu quintal. Eu pensava que fosse algum papel brilhante flutuando mas não, fui chegando mais perto e vi que se tratava realmente de uma borboleta azul. Pronto! Era o que faltava para esse coração cheio de sonhos transbordar!
Depois do segundo livro veio a Pandemia e fiquei meia sem chão assim como o mundo inteiro. Me afastei e fui para uma cidade no interior de São Paulo chamada Guararema até que passasse aquela onda COVID.
E foi entediada de ficar em um lugar sem fazer nada, quer dizer...quase nada, porque qual a mulher e dona de casa que fica sem fazer nada? Um belo dia ao chegar da cidade com as compras eu e meu marido nos deparamos com um gambá revirando nosso lixo. Ele comia desesperado as cascas de frutas e restos de legumes. De repente ele para de mastigar e me lança um olhar que acabou derretendo. Pronto! Agora eu queria um gambá! Mas eu não podia, esses animais devem viver no seu habitat sempre e, então quando o animal foi embora resolvi naquela mesma tarde fazer um poema pra ele. E assim nasceu meu terceiro livro: Bichos em Poemas" Mas só por causa de um gambá? Não, claro que não! Eu quis falar do meu amor por animais e em especial meus Pets que amo, os animais que tive na minha infância e adolescência ela época que vivi na Causa animal. Falar o quanto os animais me ajudaram a sair de uma depressão certa época e poder conscientizar as pessoas de que devemos protegê-los. Por isso resolvi escrever um livro voltado a eles. Nesse livro tem poema para o tucano, mico-leão, golfinho, urutau, cães, gatos e etc.. Escrevi "Bichos em Poemas" em 2020, no auge da Pandemia e o fiz pela editora Casa de Bonecas, ( ECB )
Mas hoje resolvi colocar alguns poemas a mais no livro e mudar o visual também. Não me pergunte porque mas deve ser coisa de borboleta essa mania de querer mudar e mudei! Sinto que preciso seguir minha intuição e por isso Bichos em Poemas está de roupa nova e pela editora "Fonte de Papel" que achei de muito comprometimento não só na edição do livro mas, por me darem a oportunidade que tanto buscava.
Posso me arrepender amanhã? Talvez! Mas quem já viveu uma vida assombrada por "serás" e "porquês"
ou "e se" não tem medo de ventos contrários.
Meu quarto livro chama-se: O barulho do rio mas não vou falar dele agora porque percebi que esse texto já ficou grande demais! Ainda falando sobre "Bichos" vou lançar na Bienal de Guarulhos dia 15 de março! O que acham? Estou ansiosa para que chegue logo esse dia! Será minha primeira Bienal pois, só fui a Bienal de São Paulo passada para divulgar uma feira literária digital pelo Instagram. Agora irei como autora e com os Bichos do meu coração que me ensinaram tantas coisas no tempo que fiquei reclusa! É ou não é uma loucura sadia?
Então quem quiser me ver, conhecer o livro"Bichos em Poemas" adquirir lindos brindes para seu Pet e me dar um abraço estarei lá na Bienal de Guarulhos dia 21 de março de 2024 as 20:00 hrs . autografando e divulgando a bicharada.
Ufa! Que vida cíclica essa minha...Um beijo a todos!