Meninos e meninas
No tempo em que a inocência contava história, se podia ver os meninos e meninas brincarem correndo livre na chuva ou em frente as suas casas. Porém nesse tempo do fim, onde não se sabe identifica bem o começo da aflição, por tantas vaidades, egoísmos e ilusões, permitimos que o caos, sob o título de novidade se instala na hipocrisia surreal, que há anos se esgueira letal, como um verme a corroer dia a dia a alma da ordem, que a gente nunca viu igual.
Por assim dizer, ao sair o sol, num dia que não sei precisar, aquela criança saia, enquanto a sua avó ia buscar água na única torneira, que naquela vila existia.
As vestes comum, com os pés na sandália a se poder dizer, que havia um cuidado. Ele ali num espaço mínimo moldado existia a sorrir e a brincar.
Porque não tinha brinquedo inventava...era a terra do chão, formiguinhas, libélulas.... bolinhas de sabão, carrinho de lata, palitinhos de caixa, pilhas velhas ou barquinho de papel. Lá no lugar, onde a pobreza ainda ria.
Sozinho ele brincava e fazia do mundo a esperança da felicidade no ar pairar.
Mas todo o cuidado é pouco, quando de um leve descuido tudo pode ir a perder. Esgueirando-se nas sombras há sempre o mal. E assim um conhecido mais velhos se aproximou, mostrando-lhe um carrinho de ferro, que pela necessidade, aquele menino de cara se interessou.
Persuadido pela perspicácia do enganador, o menino ainda tolo, aceitou e por nada entender se trocou por uns segundos do mais vil prazer.
Mas não se engane, que é flor. No tempo da inocência a menina em frente de sua casa, com o seu vestidinho de chita vermelho, todo florido brincava, enquanto a sua mãe do alimento cuidava.
Ela toda festiva, fazia de conta, juntava com as suas mãozinhas bolinhas de papel, matinho e areia, pra pô-las nas panelinhas, que fazia de tampa de refrigerante ou dos vidros de remédio, pra dar de comer a sua boneca feita de retalho de pano. Quando num descuido, a maligna, conhecida se aproximou oferecendo o que a situação a criança limitou.
Dizia ela:
- Tudo o que você quiser, um bombons de chocolate, um esmalte, uma boneca de cor escarlate.
E a menina tola, sem saber aceitou fazer uma massagem aqui, outra acolá...enfeitiçada pelo desejo mais vil daquela enganadora latente em nossos tempos.