Erros de Português? IX
Dois velhos conhecidos encontram-se e trocam saberes sobre a vida.
- Pouco antes de vir para cá li “Dedicação implica em bons resultados”. Esse “em” está errado: “Dedicação implica bons resultados”. Simples e correto!
- Eu também ando implicando com esse implica, sabe?
- Boa! Gostei! “Implicando com” no sentido de antipatizar e “Implica” no sentido de causar. Estamos implicando com o uso incorreto do implica.
- Agora, um erro mais sutil. No Facebook, uma engenheira postou a foto de um colega com a seguinte nota: “Esse é o menino que eu estudei”.
- Estou curioso para saber como ela, uma engenheira, estudou esse menino? Ela é engenheira, médica ou o quê? Será que ela tentou dissecar o menino?
- Esperamos que não. Ela deveria ter escrito “Esse é o menino com quem estudei”. Para mim, um erro desses mostra, também, falha de raciocínio.
- Mas agora, eu trago algo diferente da nossa língua. Como o “inho” e o “inha” usados para construir diminutivos, como em “menininha”, “garotinho”, podem significar aumentativos. Aprendi isso com um colega.
- É mesmo? Não imagino como isso possa ocorrer. Estou curioso...
- Pense em “O mamão está maduro”. Como eu digo que ele está muito maduro? Eu digo “O mamão está madurinho”. Como em “Essa menina está bonitinha”; ela não está pouco bonita; está bastante bonita.
- Muito boa, essa! Gostei, mesmo! E a polêmica que há com bastante e bastantes? Muita gente acredita que “bastantes” esteja errado.
- Sim. Eu uso uma regrinha prática para saber se devo usar “bastante” ou “bastantes”: substituo por “muito” ou “muitos” e a resposta vem pronta. Quer ver um exemplo?
- Eu vou tentar responder. “A farofa e a bisteca estavam bastante saborosos”. Cabe “muito” no lugar de “bastante”. Agora, em “Não havia cadeiras bastantes para todos”, eu preciso recorrer ao “muitos”. Sua regrinha funciona mesmo!
- Meu amigo, você é o aluno dos sonhos de todo professor. Parabéns!