"Tenho vivido tempo demais entre os que odeiam a paz"

 

   Ao final da Segunda Grande Guerra, conforme relatos de testemunhas, quando autoridades dos EUA visitaram os campos de concentração nazista, junto com jornalistas e fotógrafos, ouviu-se por parte de alguém do Governo americano:

- Eu quero que registrem o máximo de material aqui, fotografem e filmem tudo o que puderem, porque se não mostrarmos o que estamos vendo hoje com nossos próprios olhos no futuro ninguém acreditará.

 

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   Caríssimo leitor, não precisa nem dizer que uma imagem registrada (seja por fotos e, sobretudo, por vídeos) é a prova viva do que foi uma cena e personagens em certo espaço e tempo atuados. Ou, como se diz: “Uma imagem vale mais que mil palavras” (frase atribuída por Confúcio, a se datar há mais ou menos 400 ou 500 anos antes de Cristo, e que hoje tornou-se um “provérbio popular”).

 

 

   Pois bem, assistindo ontem aos telejornais, uma imagem chocou o mundo, onde soldados israelenses atiraram contra uma multidão faminta e desesperada no território de Gaza (na quinta-feira 29), a qual estava perto de um comboio de ajuda humanitária (e de forma aglomerada), onde seria distribuído farinha alimentar. Segundo os noticiários, pelo menos 112 pessoas morreram, tendo-se também um considerável número de feridos.  

 

 

   Drones israelenses registraram o movimento daquele caos e da multidão que parecia um formigueiro em agitação. E no que se exibiu por terra ainda foi muito pior. Sim, uma cena de horror a partir de um tumulto sem controle: várias pessoas sendo pisoteadas, atropeladas, e outras alvejadas com tiros por parte dos soldados israelenses. E embora ter havido o registro de tudo, os militares disseram que deram apenas “tiros de advertência”, e que as mortes vieram em função do tumulto, no que tentaram “tirar a responsabilidade do ato”. E em função do que houve, o Conselho de Segurança da ONU já marcou uma reunião de emergência para tentar apurar os fatos.

 

 

   Pois bem, mas o que mais me chamou a atenção foram as palavras vindas pelo líder do partido de extrema-direita israelense Otzma Yehudit, o advogado e político, Itamar Ben-Gvir. E eis como foram suas palavras em defesa dos soldados israelenses: "Agiram de forma excelente contra uma multidão de Gaza que tentou prejudicá-los"… E completou: “Hoje ficou provado que a transferência de ajuda humanitária para Gaza não é apenas uma loucura enquanto os nossos raptados estão detidos na Faixa em condições precárias, mas também põe em perigo os soldados das FDI” …

 

 

   Meu amigo, é como eu falo: não é só porque usa uma “quipá” (aquela touca ou boina) à mostra na cabeça que irá reconhecer um “judeu de verdade”. E com palavras cheias de ódio e sem nenhuma humanidade como as que [ele] disse eis como eu, então, o defino: “Judeu por fora, nazista por dentro”. É isso mesmo. E o mesmo vale para a Ministra da Igualdade Social e Empoderamento Feminino de Israel, May Golan, que afirmou (sendo registrado em vídeo) estar “orgulhosa com as ruínas de Gaza”.

 

 

   Então, além de fatos registrados e exibidos com frequência, somados às palavras de certas insanas autoridades israelenses, principalmente os da extrema-direita, o que Israel está fazendo é se isolando cada vez mais do mundo. Não há como não concordar.

 

 

   E aqui eu tomo a liberdade de anexar as palavras de um jornalista norte americano e de origem judaica, Michael Jamal Brooks, na sua ótica a respeito da guerra: “Israel virou um Estado de extrema-direita que confinou palestinos em Gaza, cortando água, remédios, alimentos, energia, transformando o lugar na maior prisão a céu aberto do mundo”.

 

 

   E aí todos perguntam:

   Até quando veremos isto?

   Quando virá a paz?

 

 

   "A minha alma bastante tempo habitou com os que detestam a paz. Pacífico sou, mas quando eu falo já eles procuram a guerra" (Salmo 120: 6-7).

 

 

01 de março de 2024

 

IMAGENS: INTERNET

 

MÚSICA: "A PAZ" - GILBERTO GIL:

 

https://www.youtube.com/watch?v=Hpo49PNa8L0

 

https://www.youtube.com/watch?v=q6fokAoaBW4

 

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 01/03/2024
Reeditado em 01/03/2024
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