HOMENAGEM AO MST

HOMENAGEM AO MST

No dia de ontem 28/02.2024, por solicitação dos deputados Luiza Erundina (Psol-SP), Valmir Assunção (PT-BA), Marcon (PT-RS) e João Daniel (PT-SE), a Câmara Federal, aprovou e realizou uma homenagem ao MST pelos seus 40 anos de fundação.

A solicitação feita pelos parlamentares citados é compreensível pelas identificações que possuem com a filosofia, com a pratica e com os atos executados pela instituição homenageada, o que não se entende é como a presidência da casa e os demais deputados, concordaram com a realização de tal evento para dignificar uma entidade que- para conhece-la- basta uma pesquisa, simples, no google onde se constatará os requintes de terrorismo praticados pela mesma durante a sua atuação, impune no Território Nacional.

Segue, abaixo, um descritivo de algumas de suas ações, não todas, pois com certeza haverá outras de maior gravidade e de maior potencial destrutivo.

O Conteúdo a seguir faz parte de um pronunciamento do deputado Coronel Ubiratã Guimarães, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, no ano de 2002 e diz:

“A ação do MST é um verdadeiro vandalismo. A referência é com relação lembrança aos 10 anos do ocorrido em Eldorado dos Carajás " quando mais de 10 mil sem-terra realizaram saques, invasões e depredações em 9 Estados, incentivados pelo líder do movimento, João Pedro Stédile.

Isso não é um movimento pacífico e sim um bando de vândalos que andam armados com foice e enxadas.

O deputado lembrou, ainda, que nos últimos tempos foram feitas várias ocorrências por todo o país.

Em São Paulo, cerca de dez fazendas foram invadidas no Pontal do Paranapanema e outras duas em Minas Gerais. Além disso, cerca de 2 mil sem-terra invadiram a Fazenda Suzano, de papel, na Bahia.

O MST ainda saqueou dois caminhões em São Lourenço da Mata e bloqueou sete trechos da BR.

No Estado de Alagoas, os sem-terra acamparam em frente à sede do Incra de Maceió. Também foram realizadas manifestações nos Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Pará e Rio Grande do Sul.

Para o Deputado Coronel Ubiratan, não é desta maneira que a reforma agrária será feita no país. "Concordo que a reforma agrária precisa ser realizada, mas não à base da força de um bando armado.”

É assim que eu vejo o movimento dos sem-terra: Um bando armado, insuflado por verdadeiros criminosos, como José Rainha, João Pedro Stedile e outros tantos, falou indignado com as cenas de vandalismo que tomaram conta da mídia nacional naquela oportunidade.

Ainda em seu discurso, o Deputado Coronel Ubiratan lembrou que, eles andam com foice, enxada, facões e qualquer outro instrumento que serve de arma para agredir as pessoas. Instrumentos que podem ser letais. Eu tive a oportunidade de ver vários companheiros feridos desta forma".

Além disso, ele exemplificou o caso de Porto Alegre, quando um policial militar da brigada gaúcha foi degolado no centro da cidade, na Rua da Praia, a mais movimentada. Eu, por coincidência, estava lá. Eles passaram uma foice, decapitaram a cabeça do soldado que não tinha nada a ver com aquele movimento e nem estava engajado na proibição das manifestações. Mataram por sadismo.

O discurso de deputado é de 2002 e relata fatos que são de períodos anteriores àquela data.

Estamos, agora, no ano de 2024 e do discurso, se passaram 22 anos e centenas de outros eventos, da mesma natureza, aconteceram os quais, certamente, aumentaram a qualificação do MST, para que os deputados sugerissem a homenagem e o Legislativo Federal aprovasse e, efetivamente, realizasse o evento.

Mesmo que o meu texto fique muito longo e, por isto, não seja lido, não posso deixar de me lembrar do Poeta Gaúcho e sua obra prima que, por me faltarem palavras para definir esta homenagem e, a título de encerramento, reproduzo abaixo:

ALELUIA ( Lauro Rodrigues)

Velho pampa lendário de outras eras,

onde se erguem lúgubres taperas,

tripudiando quais flâmulas de luto:

nessas tardes de junho, ao sol poente,

parece-me que sinto o que tu sentes

quando o silêncio do teu campo escuto...

A brisa nas carquejas do Varzedo,

chorando, confessa que tens medo

de enfrentar esta miséria atroz...

E na tristeza sem fim dos corredores

vibram hinos de brados e clamores

contra as algemas da canalha algoz...

Mas não percebes, decrépito campeiro,

que as rondas do abutre carniceiro,

grasnam sobre ti funéreo agouro;

que és o braço do ¨Gigante¨ que mendiga

e ¨deitado em berço esplêndido¨ se obriga

a pedir pão sob um dossel de ouro?...

Esquece as condições de teu presente!

Larga o trôpego andar do indigente

e relembra o que fostes em tempos idos...

Deixa a tua lança, adormecida e quieta!

A guerra é de doutrinas... Vem! Desperta

que os dias de porvir serão vividos...

Pois, pressinto na fome de meu filho

que um vulcão de revolta aclara o trilho

por onde segue a procissão dos pais...

Desperta Rio Grande! Chama o Brasil

antes que a voz da boca de um fuzil

não lhe consinta despertar jamais...

Pobre Pátria de vinte e tantas zonas

que tem no seu ventre o Amazonas

e agoniza de fome nas cidades...

Zoológico de macacos galhofeiros,

plagiando o viver dos estrangeiros

desde o Batismo à Universidade...

Tenho pena de ti, - senzala branca! -

dessa coletividade honesta e franca

que de tanto esperar já desespera...

Tuas vísceras são campos de imundícies,

onde o vírus malsão das canalhices

se robustece, cresce e prolifera...

Enquanto isso, cérebros raquíticos,

- sanguessugas de pântanos políticos! -

fomentam leis que não trescalam nada...

Mas não tarda que a aurora do futuro

tinja de escarlate o céu escuro

dos párias desta estância abandonada...

Nesse dia, meu pampa, os teus heróis,

ostentando nas mãos raios de sóis

e cavalgando fagulhas celestiais,

virão beber na fúria dos motins,

o sangue nutrido nos festins

dos que colheram sem semear jamais...

E, então, o marco de uma nova era,

surgirá num ermo de tapera

substituindo o pedestal de imbuia,

para que o povo todo num só grito,

possa bradar da Terra ao Infinito:

ALELUIA!...ALELUIA!...ALELUIA!...

( Recanto da Ana e do Erner 29.02.24- Capão Novo

ERNER MACHADO
Enviado por ERNER MACHADO em 29/02/2024
Código do texto: T8009934
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