O PERRENGUE DE UM AUXILIAR DE ASSISTENCIA SOCIAL

Quando trabalhava como auxiliar de assistente social num dos maiores hospitais filantrópicos da América Latina, certa ocasião, atendi uma mulher, que após ser atendida pelo setor de emergência de ortopedia, num caso de rotina e de emergência, ao fazer a sua ficha, além do nome, documento e endereço precisava ter alguma noção da condição econômica. Preenchida a primeira etapa do serviço, quando indagada sobre a profissão para ter ideia da sua situação financeira, o bicho pegou. Foi curta e grossa:

- Dá pra ver que você não conhece nada do centro desta cidade ou está fingindo de desentendido. Você não viu aí o meu endereço?

- Lógico que escrevi escrevi aqui.

- Mas não imagina o que funciona aí?

- Parece mais uma rua mais comercial do que residencial, pelo que sei.

- Sabe nada, criança! Aí funciona um puteiro, uma zona, um meretrício e que mais você quiser chamar!

- É que precisava saber se você tem alguma condição financeira para pagar ao menos a taxa mínima da sua matrícula.

- Agora você pisou no tomate de novo. Condição financeira de quê, rapaz, se moro num lugar que só como alguma coisa quando alguém me "come"? E a situação lá tá tão feia que só aparece mais pé rapado que além de bêbado ainda querem usar meu corpo de graça ou pra pagar depois, você imagina o que é isso?

Em seguida bateu com tanta força na mesa, espalhando os carimbos e caneta no chão, atitude esta que, por um pouco não a faz voltar à sala de emergência para engessar o outro braço. Aí então com os dois imobilizados os seus fregueses então é que iriam ter dois trabalhados antes e depois de, como ela mesma disse, de usá-la, para tirar e por a sua peça íntima, se é que isto ela ainda usa.

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 29/02/2024
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