É PRECISO “SEPARAR O JOIO DO TRIGO” (um pequeno estudo sobre o antissemitismo)

 

   7 de outubro de 2023. O dia em o grupo militante islâmico Hamas realizou uma série de ataques contra Israel e dando início à guerra “Israel-Hamas”, quase 50 anos após a conhecida “Guerra do Yon Kippur” (6 de outubro de 1973). E o mundo inteiro (pelo menos, o bolco ocidental) condenou o Hamas pelo devido ato, assim como tomou as dores de Israel.

 

 

   Pois bem, não irei aqui dar detalhes, embora o atentado deu início (e de forma arquitetada e muito bem planejada, diga-se de passagem) já no amanhecer do mencionado dia, onde foram lançados cerca de 3 mil foguetes ao território israelense, além da investida por ar e terra de forma brutal, assassinando civis em comunidades de Israel. E num único dia foram mortos mais de 1000 civis. E cerca de 200 civis e militares israelenses foram sequestrados e levados como reféns para a Faixa de Gaza. E lembrando-se que entre mortos e sequestrados havia também crianças.

 

 

   E assim começou mais uma guerra envolvendo grupos terroristas e Israel. e naquele dia o bloco ocidental (mais de 44 países) condenou o Hamas no que classificou como um “ataque terrorista”. E como toda guerra existem lados, é claro que muitos apoiaram a inciativa vida por parte do Hamas, na verdade os países islâmicos, tais como Iran, Arábia Saudita, Kuwait, Iraque, Síria, Qatar, ao que chegaram a colocar a culpa em Israel pelo que aconteceu.

   Então, meu amigo, pelo menos aqui “do nosso lado” (ocidental) todo mundo ficou horrorizado à medida que víamos no que se apresentava os fatos pela TV e outros meios midiáticos. Chegando a ser transmitido que crianças até foram decapitadas pelo grupo terrorista.

   Bom, a verdade é que Israel incialmente foi visto como uma “vítima” enquanto o grupo Hamas seria o vilão da estória. E a resposta de Israel foi imediata a partir de bombardeios intensos e sem discriminação. Sim, sem nenhuma “separação” entre quem é terrorista e quem é inocente neste espaço.

 

 

   Pois bem, gostaria que o leitor prestasse bem a atenção nas palavras “sem discriminação”, pois será o ponto principal deste trabalho.

 

 

   Caríssimo leitor, já era de esperar uma resposta dura por parte do Governo Israelense, mas será que não faltou por parte dele “separar o joio do trigo” para que se protegesse as vidas de quem não tem nada a ver com o conflito?

 

 

   E aqui fica outra significativa pergunta: Será que o Governo e as autoridades de Israel estão mesmo se importando com as vidas dos reféns nesta guerra?

 

 

   A verdade é que tudo indica que pouco (ou nada) importa para eles a vida dos palestinos em Gaza. Basta ver as imagens de Gaza e a crítica situação das pessoas que lá se encontram, onde assistimos um cenário marcado por miséria, destruição e morte.

 

 

   Se formos analisar bem, o grupo terrorista Hamas “trabalhou” mais com a cabeça do que o Governo de Israel, que optou este, sem nenhuma dúvida, pela “força”, já que seus ataques não foram “cirúrgicos” (a atingir alvos específicos e escolhidos), levando-se em conta de que bombardeou impiedosamente toda a área de Gaza, incluindo espaços urbanos civis, tais como residências, escolas, e até hospitais. E pelo que é mostrado nos noticiários, simplesmente destruiu tudo, a provar aqui que seus bombardeios foram feitos sem nenhuma discriminação ou distinção. Ou, em outras palavras, devorando tudo o que via à sua frente, não separando, portanto, “o joio do trigo”. Resumindo: São muitos os inocentes (incluindo crianças) que foram (e continuam sendo) vítimas daquele que todos no início achavam que era “a vítima”: Israel.

 

 

   Prezado leitor, não estou querendo colocar ninguém no banco dos réus, nem estou “torcendo para este ou aquele”. Condeno, como qualquer pessoa racional, o ataque do Hamas, mas não aprovo as formas vindas por parte de Israel. E, para que fique bem claro, muitos são os “israelenses” que condenam a postura do Governo israelense nesta guerra, a começar pelas famílias dos que se acham nas mãos do grupo terrorista islâmico. 

 

 

   E nesta ótica de reprovação por parte de muitos, veio mais uma vez à tona o pensamento do “antissemitismo”. Sim, o antissemitismo é algo que se disparou no mundo inteiro nestes tempos, até mesmo aqui no Brasil. E não precisa nem dizer que no atual momento o antissemitismo tem sua origem na reprovação do que faz o Governo de Israel em suas duras investidas contra Gaza. Desta mesma reprovação a gerar revolta e indignação.

   E como a mensagem deste trabalho consiste em "é preciso saber separar as coisas", infelizmente muitos não estão sabendo. E nesta postura antissemítica atual é percebido isto. Um exemplo recente foi mostrado nas mídias, onde uma mulher extremamente exaltada teve um ataque de fúria em uma loja pertencente a uma comerciante judia em Arraial D’Ajuda na noite de 2 de fevereiro deste ano (sendo registrada em vídeo). E pelas imagens apresentadas a mulher começou a quebrar artigos do estabelecimento, e de forma descontrolada grita e ofende a dona do estabelecimento: “Eu vou te pegar, maldita sionista, assassina de crianças”.

 

 

   Pois bem, aqui eu pretendo abordar um estudo o qual tenho certeza de que será bem proveitoso para muitos, onde iniciarei com algumas perguntas:

   * Você sabe a diferença entre “judeu” e “israelense”?

   * Para você todo israelense é judeu?

   * E todo judeu será que aprova o que faz agora o Governo de Israel?

   * E será que todo israelense (judeu ou não) concorda com a política do atual Governo? Eu tenho para mim que não, a começar em função dos protestos [contra o Governo] dos familiares dos reféns que se encontram com o Hamas. Na verdade os familiares estão desesperados já que o Governo de Israel recusou (na maioria das vezes) qualquer negociação com o grupo Hamas.

 

 

   Então, tomarei a liberdade de responder o que muitos talvez desconhecem:

   O “israelense” é um cidadão do Estado de Israel, qualquer que seja sua etnia ou denominação religiosa. Onde se compreende que em Israel não há somente judeu, como também muçulmanos e cristãos (onde estes são detentores da cidadania israelense, desde que nasceram em Israel).

 

 

   O “judeu”, sob um ponto de vista de denominação religiosa, é aquele que segue a religião judaica, embora judeu seja também uma “etnia”. E como religião existem denominações: ortodoxa, reformista, conservadora, assim como tem os chamados “asquenazitas” e os “sefarditas” (judeus originários de Portugal e Espanha). Bom, é preciso saber que nem todo judeu (de etnia) segue a religião judaica. Ou, em outras palavras, não é aquilo que chamamos de "praticante da fé" (embora continue sendo judeu).

   E aproveito para citar aqui também o “Judaísmo Messiânico” a se tratar de um movimento que une cristianismo e judaísmo, e onde seus membros aceitam o nome de Jesus como sendo o “Messias”. Contudo, os judeus ortodoxos não aceitam estes como sendo judeus, justamente por causa de sua confirmação ao nome de Yeshuah (Jesus). Contudo, não quero aqui entrar em detalhes.

 

 

   Pois então, coloquei aqui a questão de “separar o joio do trigo” para que ninguém venha a achar que todo judeu é alguém que - só porque é judeu - concorda com a postura do Governo de Israel. Não tem nada a ver. Ou mesmo caso tenha simpatia com princípios da religião judaica (e até pratica, tais como as orações diárias, o respeito ao Shabat, alimentação e dieta “kosher” com suas regras, etc.) isto não quer dizer que tal pessoa aprova o que as autoridades de Israel estão fazendo.

 

 

   Oh, acredito que não saibas, mas nas Forças Armadas de Israel há também muçulmanos e cristãos. Assim como tem pessoas de outros países, incluindo brasileiros.

 

 

   E então, você sabia disto? É isso aí, meu amigo, nas Forças Armadas de Israel há também brasileiros participando, e pode ter certeza de que nem devem ser judeus. E mesmo se forem, e daí?

 

 

   Definitivamente sempre é bom “separar o joio do trigo”. Algo ensinado por um nome de quem historicamente viveu na Palestina e que foi, naquele tempo, considerado um “profeta judeu” (até por muitos judeus): Jesus Cristo.

 

 

   FINALIZANDO:

 

   Pergunto-vos agora: você concorda comigo de que a postura do Governo de Israel “não separou o joio do trigo” nesta guerra?

   Bom, terei de usar de ironia aqui, mas a verdade é que o Exército de Israel com certeza acabaria com o crime organizado nas regiões da cidade do Rio de Janeiro, ao que eliminaria as milícias, as áreas de tráfico de drogas com sua violência, no que faria como está fazendo em Gaza, de forma indiscriminada, matando, portanto, os bandidos, e junto com eles ... pessoas que não têm nenhuma relação com o crime naquelas áreas.

 

 

   Sim, o Governo de Israel não soube “separar o joio do trigo” em seu combate contra o Hamas, já que somente usa de força militar excessiva e generalizada (de forma desmesurada) contra um espaço, fazendo muitas vítimas inocentes.

 

 

   E aí, será que Israel irá vencer esta guerra? Estimado leitor, não há dúvida de que Israel se sentiu humilhado em função do ataque surpresa do Hamas, tal como os EUA também provaram o sabor da humilhação nos ataques suicidas em NYC no dia 11 de setembro de 2001, em que foram jogadas por terra (literalmente) as torres do WTC, além da colisão de um avião em Washington contra o Pentágono. A se saber que em ambos os casos tudo foi feito de forma inteligente e organizada. E então, não seria a hora do Governo de Israel usar mais a cabeça do que a força?

 

 

   Vejamos bem, não foi a primeira vez que reféns são usados como moeda de troca para libertação de presos palestinos. Alguém já ouvir falar do “SETEMBRO NEGRO”? Direi aqui em poucas palavras: foi um plano elaborado onde atletas da delegação israelense ficaram reféns de terroristas radicais islâmicos, cujo objetivo era a libertação de presos palestinos. O fato se deu em função de uma invasão na Vila Olímpica em Munique durante as Olimpíadas de 1972. Infelizmente terminou com um banho de sangue envolvendo 17 pessoas, incluindo 11 atletas israelenses.

   E assim mais uma vez [eu] pergunto:

   * Será que Israel irá vencer esta guerra?

   * Será que o uso da força bruta lhe dará “o troféu”?

   * Será que os reféns serão libertados? Ou a pergunta melhor seria: será que o Governo de Israel se importa com a vida dos reféns? Bom, libertados ou não a verdade é que os inocentes que morreram não irão ressuscitar para “festejar a vitória”.  

   Oh! tomo a liberdade de colocar um versículo de um tehilim (salmo) do “Ofício Divino” de hoje, e que servirá bem para as autoridades israelenses:

אֵין־הַמֶּלֶךְ נֹושָׁע בְּרָב־חָיִל גִּבֹּור לֹא־יִנָּצֵל בְּרָב־כֹּחַ׃

“Um rei não vence pela força de seu exército, nem o guerreiro escapará por seu vigor”

(Salmo 33: 16)

 

 

   E no resto do mundo muitos estão praticando o seu antissemitismo (e assim odiando) pessoas em razão de sua religião ou etnia, confundindo-os com as autoridades israelenses, ou despejando nos judeus sua indignação por causa daqueles.

   É preciso separar [sempre] “o joio do trigo”.

 

 

21 de fevereiro de 2024

 

IMAGENS: INTERNET

 

VÍDEOS:

Judeu e Israelense é a mesma coisa?! O que quer dizer judeu, israelita, hebreu e israelense?

https://www.youtube.com/watch?v=vokTe1VWOYo

COMO ESTÁ JERUSALEM DURANTE A GUERRA? Israel com Aline

https://www.youtube.com/watch?v=03v5becqe74

 

BRASILEIROS NO EXÉRCITO DE ISRAEL

https://www.youtube.com/watch?v=F6ZyPgMyQow

 

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 21/02/2024
Reeditado em 22/02/2024
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