Comentário esportivo

As reações aqui expressas são feitas depois de observações em vários jogos do futebol nacional e internacional nos últimos anos, além de outras feitas em jogos e treinos nas quadras e campos de futebol a que frequento como expectador.

Não sei como os treinadores orientam seus jogadores na maioria dos casos, mas sinto que há deficiências graves nos fundamentos de alguns lances que os atletas insistem em praticar, apesar do risco e das dificuldades normais e comuns aos jogos que costumam ter enorme plateia e, algumas vezes, com torcida única.

A prática do chamado carrinho, a meu ver, deveria ser evitada ao máximo pelos atletas pois que há mais riscos de insucesso do que benefícios. Ironicamente eu diria aos atletas que eles não estão em disputa de formula 1, mas de futebol. O carrinho é perigoso para quem dá pois que pode atingir, mas também ser atingido no choque com o adversário, e no confronto sofrer lesão ou fratura. Além do mais, há o risco de cometer infração, prejudicando-se por receber cartões de advertência (amarelo), ou expulsão (vermelho) prejudicando o seu time que deverá jogar com inferioridade numérica e exigindo maior esforço físico. Por outro lado, nesse tipo de jogada pode atingir o seu adversário gravemente, provocando lesões graves, o que foge ao espírito esportivo. Dados esses elementos, o carrinho deveria ser banido do futebol como jogada admissível. Como? Transformar o carrinho em expulsão seria uma medida muito mais eficaz do que o cartão amarelo ou advertência pura e simples.

Outro elemento que tenho observado é que alguns jogadores não chutam de longe, ficando em tentativas de dribles e passes monótonos e sem objetividade. Perdemos muito em emoção sem os tiros de longa distância obrigando os goleiros a defesas espetaculares. Sim, o futebol tem o seu lado espetáculo que deve ser mantido e esses lances de força e pontaria tem o seu valor. A impressão é que não estão incluídos nos treinos os chutes fortes e direcionados para as possibilidades de chegar à meta do jogo, o gol. Pior é que não vejo os comentaristas falarem desse aspecto e do desperdício de energia dos atletas em carreiras atabalhoadas, inócuas e irritantes aos assistentes e torcedores.

Nesses tempos em que o futebol virou um espetáculo bélico, os jogadores adversários têm que manter um equilíbrio emocional muito trabalhado. Jogar com milhares de pessoas assistindo exige concentração e equilíbrio, quanto mais se 100% da torcida for adversária. Considero que esses elementos foram fundamentais para a derrota do Esporte Clube Bahia contra seu arquirrival nesse domingo 18 de fevereiro de 2024. A superioridade do vencedor pode ser verificada por esses mesmos aspectos que foram aqui ressaltados. Um que um fez ou não, o outro fez ao inverso. Que reflitam sobre isso para o próximo clássico e partidas dos campeonatos que disputam!

Gutemberg Armando Diniz Guerra
Enviado por Gutemberg Armando Diniz Guerra em 19/02/2024
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