"EIS O MISTÉRIO DA FÉ"
De todos os vários anos em que, de alguma pequena forma, tentei ser útil no meu tempo de seminarista, uma coisa que jamais vou me esquecer é um serviço dignificante, prazeroso e de maneira isolada que eu executava, às surdinas, numa dependência da sacristia do seminário onde eu estudava. Alguém que me lê agora será que ficou curioso e gostaria de saber que serviço era este de que estou me referindo? Pode ser que sim, pode ser que não. Isto pode não interessar a ninguém, porém sinto certo orgulho em registrar aqui, pois principalmente milhares de fiéis que assistem a uma missa, de maneira presencial ou pela televisão pode se perguntar onde os celebrantes deste ofício da Igreja Católica adquirem a hóstia que é demonstrada de maneira suntuosa e e cheio de mistério e distribuída às pessoas como símbolo sagrado do corpo de Jesus Cristo? Alguém indaga: vem do Vaticano? Se é confeccionada aqui mesmo, onde e como? É industrializada ou feita de maneira artesanal? E a matéria -prima? E olha que há muitos anos, no tempo em que o padre usava batina, a missa era celebrada em latim e o padre de costa para o povo e só ele poderia distribuir a comunhão, ao mesmo tempo em que um acólito ia colocando uma patena sob o queixo do fiel. como prevenção no caso dela cair, o mistério que a envolvia era bem maior, muito maior do que hoje, quando alguns leigos são autorizados a fazer esta função sagrada e as pessoas a seguram tranquilamente como um verdadeiro "alimento" sagrado que ela significa. Mas aonde quero chegar? Que o serviço dignificante, prazeroso e de maneira isolada que eu executava, às surdina numa sacristia do seminário onde eu estudava era este: confeccionar as hóstias de dois tamanhos específicos. Então é por este motivo que sinto quando vejo um padre, bispo, papa erguendo aquela hóstia grande e dizendo: 'EIS O MISTÉRIO DA FÉ, que ainda hoje e por tempo indeterminado fazem e farão parte de toda celebração de missa, eu sinto um certo orgulho em ter sido há muitos anos um mero artífice e, portanto conhecedor da sua matéria-prima (farinha de trigo e água apenas), embora elaboradas artesanalmente, o que hoje, principalmente num grande centro religioso como o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, o projeto da sua confecção deve ser, obviamente, bem diferente e industrializado com o devido respeito e supervisão.