Essa manhã acordei às 5:45 e notei que o quarto estava completamente claro. É um claro de um modo diferente, não é luz do dia, mas uma luz branca que entra pela persiana. Percebi que havia nevado. Quando fui para a missa às 8:00 da manhã essa era a paisagem lá fora:

 

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A paisagem estava tão linda que parei para olhar e aproveitei para fazer minha primeira prece do dia. Aprendemos também a intuir quando teremos neve, somente olhando para o céu que fica num tom cinza azulado. Assim como quando temos tornados (fenômenos meteorológicos caracterizados por ventos extremamente fortes em forma de funil que giram violentamente, geralmente descendendo de nuvens de tempestade e causam estragos imprevisiveis!) -   percebemos pela quietude do ambiente, a gente sai lá fora e não ouve um ruído sequer, a impressão é que o tempo parou. Nao se ouve nem os passarinhos.

Quando neva, sabemos que nosso dia vai ser diferente, mesmo depois de morar aqui por 34 anos. A rotina muda completamente: limpar o carro, ter cuidado ao andar na calçadinha até pegar o carro, se agasalhar bem. Ainda bem que agora não trabalho, porque antes - o outro trauma era o cabelo.

Não mudamos nossa rotina pela neve, mas sabemos que vamos demorar mais para ir a algum lugar planejado, principalmente se for de manhã. Lá pelo meio do dia as ruas já estão limpas, e somente os estacionamentos ainda estão cheios de neve e é preciso ter cuidado.

Quando chegamos nos EUA, em 1990, estávamos naquela fase de encantamento, e a primeira neve a gente nunca esquece. Eu estava na cozinha lavando louça, naquelas cozinhas bem estilo Americanas que têm uma janela. E comecei a ver algo caindo, branquinho… aqui e ali. Larguei a louça no meio, coloquei minhas roupas quentinhas e corri para fora. Eu olhava para cima e caía aquela neve no meu rosto, e eu sentia até o gostinho do gelinho na minha boca. Senti uma alegria tão grande, e foi um dia inesquecível.

Depois tivemos tempestades que não foram tão divertidas… Uma delas Detroit ficou em estado de emergência, e quando é assim, ninguém pode sair de casa. Olhávamos pela janela e não conseguíamos saber onde estavam nossos carros, pois todos estavam cobertos de neve.

Também é preciso ter um extremo cuidado para perceber o gelo no chão, chamado “black ice”, que não é perceptível aos olhos, mas que os maiores acidentes acontecem. E experimentamos isso quando o Roque saindo cedinho para trabalhar escorregou e quebrou o braço.

Existe uma coisa muito gostosa que é o sleding, deslizar na neve usando uma prancha ou um trenó. A gente escolhe um lugar onde há uma descida, e o resto é só diversão. Sempre eu levava minha filha e acabava me divertindo mais que ela.

Viver num País onde enfrentamos praticamente 6 meses de frio, não é fácil! A gente sente falta do sol, da claridade.

Mas hoje, o sol abriu depois do almoço, dando um toque de alegria em nosso Domingo. 

 

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Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 18/02/2024
Reeditado em 18/02/2024
Código do texto: T8001834
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