O MUROS DE CAPÃO NOVO
(Um texto cheio de saudade...)
OS MUROS DE CAPÃO NOVO
Quem conheceu a praia de Capão Novo, lá pelos idos de 1985, se deparava com uma minicidade, projetada pelo gênio do sr. Elmar Ricardo Vagner, na qual predominava a tendencia de condomínios horizontais construídos de maneira a manter a individualidade familiar.
Ao mesmo tempo que, que mantinha individualidade familiar, proporcionavam o convívio fraterno dos moradores ,nas alamedas internas e em torno dos mini clubes e das canchas de esportes construídos em cada um dos conjuntos habitacionais.
Poucos edifícios e muitos condomínios e casas de moradia.
Detalhe interessante e singular é que não existiam muros e nem cercas que denotassem preocupação com segurança dos moradores.
Era comum ver-se crianças indo para as apresentações no Palcão e voltando a pé, em bandos, para casa.
De retorno aos lares, ficavam jogando taco ou fazendo outro tipo de atividade até altas horas da noite.
Capão Novo era, realmente, uma praia que vivia em festa e que atraia veranistas de todo o estado.
Quem a conhece, hoje, nem sonha com o antigo brilho.
Não existem mais as festas noturnas no Palcão, não existem mais as cabaninhas no parque a beira mar, não existem mais crianças voltando para casa e jogando taco até a meia noite.
Quase não existem mais os condomínios abertos de antigamente pois, na medida em que aumenta a insegurança aumentam as cercas e os muros que destroem, totalmente a concepção original.
O convívio,de outrora, deu lugar ao isolamento das estruturas de concreto que, ao dar segurança, afastou as pessoas e destruiu a poesia que embalava os veraneios, demonstrando que a nossa praia adaptou-se aos costumes modernos que nos levam ao isolamento social, a preocupação com a segurança pessoal e patrimonial.
Felizes tempos que passaram .... tristes tempos que chegaram...