A arte
Arrisco-me a dizer que somos fruto da arte.
Pode parecer uma fútil presunção? Talvez uma nítida inverdade? Ou um devaneio tolo? Quiçá?
Mas, há de se destacar com toda a razoabilidade, que a arte molda e moldou o mundo.
Como é possível pintar uma pintura, sem nunca ter visto uma antes?
É sempre preciso ter tido a primeira. Como foi concebida? Claro que na luz a atualidade, é até infantil e cômico realizar tal questionamento. Mas, contudo é preciso lembrar que nas pinturas rupestres, há representações vívidas e “reais” de animais, caçadas em grupos, impressões de mãos humanas e demais simbologias pictográficas icônicas além de viagens alucinógenas mentais. Devaneios que pregam peça em nossa mente.
O fato claro é que arte representa alguma coisa no mundo. E isto vai de um ser físico corpóreo, como um animal, uma paisagem, um símbolo abstrato, enfim é sempre alguma coisa que inquieta, inspira e promove sensações diversas dentro do artista (pintor), e que este responde na forma de uma pintura ou mesmo uma escultura. A arte é sempre algo carregado de significado, é icônica e simbolicamente entendível para a sociedade que a gerou. É preciso elevado poder de abstração, comunicação e representatividade para conceber uma obra de arte.
A arte é fruto de experiências oníricas e estados alterados de transe, na qual nossa consciência foi submetida e acometida desde os tempos remotos, na gênese da espécie homo sapiens.
É muito possível que sim.
Haja vista que nada é concebido per se. E há indubitavelmente uma fortíssima suspeição, diria; que todo o conhecimento humano, é sagaz fruto da experiência, sendo esta num estado natural dialético a priori. Constituindo-se em um processo vital de aquisição gradativa de saber. Contudo não se deve relegar a herança biológica (genética) presente.
Transladando estes aspectos para o campo da arte, é possível afiançar que ela (a arte), é uma expressão pura a vivaz da capacidade humana posta sob o prisma do conhecimento e da razão imaginativa.